
Os animais têm muito valor como co-terapeutas nos tratamentos de saúde.
A Terapia Assistida por Animais (TAA), ou pet-terapia consiste em tratamentos na área da saúde, onde um animal é co-terapeuta e auxilia o paciente a atingir os objetivos propostos para o tratamento. Segundo o adestrador José Luis Doroci, professor de educação física, adestrador de cães e fundador do Projeto Novo Guia, que trabalha com TAA há 13 anos, nem todo animal nasceu para ser um terapeuta. “Ele precisa ser tranquilo, ter uma personalidade que as pessoas possam abraçar, beijar e apertar, sem que ele reaja“, explica.
Os animais mais comuns são os cães e os cavalos, que no geral têm um temperamento mais dócil. Mas gatos, jabutis, peixes, coelhos, aves, botos, cobras e aranhas também podem e são usados nesse tipo de projeto. Quando o pet pertence ao dono, um profissional especializado em TAA pode ajudá-lo a fazer a terapia em casa com o bicho de estimação.
Não há uma recomendação específica de quem pode ser ajudado pela pet-terapia. “Qualquer paciente pode ser beneficiado, desde que não haja alguma contraindicação, como por exemplo, medo de animais, alergia ou problemas de respiração, entre outros“, observa a psicóloga Fabiana Oliveira, do Instituto para Atividades, Terapias e Educação Assistida por Animais de Campinas (Ateac).
Alguns tipos de pacientes e alguns quadros clínicos têm um resultado já atestado. Confira quais são eles.
Estimula crianças, sobretudo portadores de autismo
Diversos problemas infantis podem ser melhorados com o convívio com animais. Um exemplo é a melhora do quadro de portadores de autismo. “Elas têm muita dificuldade no contato social e a simples presença de um animal treinado associada a atividades adequadas para eles auxiliam nesse desenvolvimento“, relata Paula Lopes, neuropsicóloga da Associação Brasileira de Hippoterapia e Pet Terapia (Abrahipe) e do Centro de Reabilitação Gessy Evaristo de Souza.
Estudos mostram que as crianças autistas apresentam diminuição nos comportamentos negativos, como agressividade, alienação, isolamento, entre outros com a presença de cães nas seções, por exemplo.
Hiperativos também encontram benefícios com essa terapia. “O bicho pode deixar a criança mais calma, eu mesmo trabalho com uma que até diminuiu a dose do remédio“, conta José Luis Dorici.
Benefícios para os idosos
Os animais são usados principalmente em idosos que apresentam o mal de Alzheimer, mas não existem ainda muitas pesquisas corroborando essa relação. “Observamos, porém, que o contato com o animal proporciona alguns benefícios que podem ajudar na diminuição do impacto emocional desta patologia“, descreve a psicóloga Laís Milani, da Inataa.
Entre os benefícios estão a melhora do humor, relaxamento e diminuição da agressividade e do estresse, proporcionados pela doença. O contato é muito benéfico para pessoas mais velhas em geral. José Luis Dorici, observa isso na prática. “Eles podem estar estressados, revoltados, mas quando você chega com o animal, começam a contar a vida dele, falar de seus problemas e melhoram“.
A longo prazo, atividades e terapias com animais podem ajudar em sintomas depressivos, aumentar a socialização de alguns idosos e até incentivar a adesão a outras terapias.
Reduz o estresse
É comprovado que o contato com os animais ajuda a liberar diversos hormônios do bem: endorfinas beta, prolactina e oxitocina. Eles todos atuam regulando as taxas de cortisol, hormônio relacionado ao estado de alerta, o que reduz o estresse.
A psicóloga Laís Milani, da Inataa, relembra outros benefícios: “Estudos indicam que a interação homem-animal traz uma sensação de bem-estar e conforto, resultando na diminuição dos níveis de adrenalina, relacionado ao aumento da pressão arterial“.
Além disso, essa convivência libera outro hormônio, a acetilcolina, que está relacionada ao estado de tranquilidade, diminuição da pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, todos sintomas do estresse.
Melhora o quadro de depressão
É um consenso entre os especialistas que estar com um animal de estimação aumenta a autoestima, senso de valor próprio, o estabelecimento de hábitos positivos e o interesse pelo outro.
Tudo isso pode beneficiar pacientes depressivos, que apresentam problemas nessas áreas. “Estudos verificaram um aumento da produção e liberação da serotonina e dopamina, hormônios responsáveis pela sensação de prazer e alegria, após 15 a 20 minutos de interação com o cão“, reitera a psicóloga Cristiane Blanco.
Pet-terapia: cuidadores e companheiros.
Como podemos ver com as aplicações da pet-terapia, muitos animais podem ser úteis ao ser humano, inclusive nas questões que envolvem saúde. Por isso também, e como criaturas de Deus, merecem todo o nosso respeito.
É importante frisar que eles podem auxiliar em vários casos, sempre complementando orientações e tratamentos médicos, e com orientação de um profissional que saiba a melhor forma de fazer a interação e ter os melhores benefícios.
Independente de questões de saúde, a companhia de um animal é muito boa, mas também requer dedicação. Se você gostaria de adotar um pet leia o post Você quer um bichinho de estimação?
com informações de CAMPUS USP BAURU
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