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Os reflexos da pandemia nos relacionamentos, segundo a Universidade de Illinois

ilustração de dois namorados conversando por telefone celular relacionamentos pandemia

Os relacionamentos também se adaptaram à pandemia do coronavírus.

Muitos hábitos tiveram que ser repentinamente incorporados ao nosso cotidiano, rotinas foram mudadas, tivemos que nos adaptar para preservar a saúde. E os relacionamentos também sentiram os reflexos das mudanças que tiveram que ser feitas por causa da pandemia.

Com a necessidade do isolamento social para conter a disseminação do novo vírus causador da pandemia, os vários tipos de relacionamentos passaram por mudança e adaptações: namorados precisaram ficar afastados cada um em sua casa, casados começaram a conviver cada minuto do dia sob o mesmo teto. Amizades de trabalho esfriaram com o distanciamento, velhos amigos voltaram a se falar depois de muito tempo.

E qual tem sido o papel da tecnologia na comunicação entre as pessoas? Como usá-la para fortalecer as nossos relacionamentos durante a pandemia? Conseguimos expressar nossas emoções através dela? Leia abaixo as respostas de um especialista em comunicação na era da tecnologia.

Os relacionamentos podem florescer apenas com a tecnologia?

“‘Ficar em casa’ é agora a norma em grande parte do país, devido ao avanço da covid-19. Como resultado, as conexões antes feitas pessoalmente estão agora acontecendo eletronicamente, tanto na vida profissional como na pessoal.

John Caughlin chefe do departamento de comunicação da Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign, é especialista em comunicação interpessoal e no papel da tecnologia em relacionamentos íntimos. Ele conversou com o editor de ciências sociais do Illinois News Bureau, Craig Chamberlain.

Os relacionamentos realmente sofrem nessas circunstâncias, quando a tecnologia é o nosso único meio de conexão?

As pessoas pensavam que não era possível sustentar relacionamentos por meio de tecnologias, mas essa ideia foi sendo remodelada. Às vezes, leva mais tempo para transmitir um sentimento via tecnologia do que seria pessoalmente.

Mas as pessoas encontram formas criativas e inteligentes para demonstrar emoções e afeto de maneira a contornar quaisquer limitações da tecnologia. Mesmo quando usam algo que parece limitado – como mensagens de texto – as pessoas inventam várias maneiras de se expressar sobre suas emoções e relacionamentos, como usar maiúsculas e emoticons, escrever errado de propósito.

E, é claro, as ferramentas se tornaram muito ricas ao longo do tempo. As primeiras pessoas a enviar mensagens de texto provavelmente não conseguiam imaginar o uso de mensagens multimídia e emojis. Mas, mesmo antes desses desenvolvimentos mais recentes, as pessoas eram bem capazes para transmitir o que precisavam com as ferramentas que possuíam.

Qual o papel da mídia social?

As pessoas passam muito tempo nas mídias sociais fazendo coisas que não são particularmente adequadas para manter laços estreitos. Elas acabam gastando muito tempo atualizando seus feeds ou trocando mensagens com muitas pessoas, sem realmente interagir com pessoas específicas.

Esse uso das mídias sociais pode ajudar alguém a ter uma noção geral do que está acontecendo com velhos amigos e conhecidos, mas não é provável que ajude as pessoas a se sentirem realmente próximas umas das outras.

As mídias sociais também podem promover a proximidade. A troca de mensagens privadas ou mesmo a interação em um espaço público online tem sua importância.

Mas se você deseja manter uma ligação estreita com alguém, apenas estar na mesma plataforma de mídia social não vai fazer isso acontecer. É preciso uma atenção dirigida a essa pessoa, e o ideal é que haja uma interação na troca de mensagens.

Quanto devemos nos preocupar em perder amizades ou conexões pessoais?

Mesmo antes do surgimento das mídias sociais, as amizades eram frequentemente consideradas “renováveis”, o que significa que nem sempre é esperado que as pessoas mantenham um contato permanente.

As reconexões podem ocorrer nas amizades de uma maneira que não é esperada em outros tipos de relacionamentos, como aqueles com parceiros românticos do passado.

Por causa da crise atual, temos muitas histórias sobre pessoas se reconectando com amigos com quem não conversavam há algum tempo. A tecnologia de comunicação nos permite fazer isso, mesmo que não possamos nos encontrar fisicamente.

Por outro lado, eu também esperaria que algumas amizades de trabalho sofressem uma pausa durante a situação atual. Mas seria normal que essas amizades voltassem a se reunir depois que o contato pessoal regular fosse restabelecido. Eu acredito que a maioria das pessoas ficará animada em se ver novamente quando tiver uma chance.

Sua pesquisa se concentrou em como as pessoas combinam tecnologia e comunicação frente a frente em relacionamentos românticos e outros relacionamentos próximos. Existem chaves para que uma comunicação seja boa ou ruim nessa combinação?

Não há dúvida de que os relacionamentos podem ser tensos sempre que as pessoas vivem situações estressantes. E a situação da covid-19 certamente é uma dessas.

Mas a boa comunicação também é um dos fatores mais importantes para lidar com estresse, e isso vale para a maneira como usamos nossas ferramentas digitais. Podemos usar nossos smartphones de maneira que facilitem uma boa comunicação, mas eles também podem atrapalhar.

Por exemplo, os cônjuges que estão em quarentena podem conversar entre si sobre coisas que um deles viu nas mídias sociais, dando a eles um ponto em comum para estreitar o relacionamento.

Mas se um dos cônjuges estiver mandando mensagens de texto para os amigos enquanto o outro está tentando ter uma conversa, isso pode desgastar o relacionamento.

A forma como usamos as ferramentas digitais é mais importante do que apenas tê-las.

do site da Universidade de Illinois, por Craig Chamberlain

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3 Comentários

  1. A coisa tá feia 😉

  2. Gostei.

  3. Concordo, porque o que você relatou aconteceu comigo, amigos da época da faculdade reapareceram de uma hora pra outra, e agora, mais do que antes, a necessidade de conexão é maior e toma conta da rotina da maioria das pessoas.

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