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Os véus que encobrem as dores da vida

Há momentos em que as pessoas levantam timidamente os véus que encobrem as dores da vida. Abrem seus corações e seus baús de memórias, e sentimentos feridos emergem nos relatos de vida.

Como são estranhas as diferentes sensações de conhecer uma aparência e de conhecer uma história de vida, com mágoas disfarçadas, sonhos frustrados, medos encobertos, corações despedaçados.

Quando ando por locais onde transitam muitas pessoas, olho para as centenas de faces que comigo cruzam rápidas e indiferentes, e tento imaginar qual delas também traz uma amarga história, uma profunda decepção. Ou haverá uma em cada olhar evasivo e distante?

Proliferam os blogs onde pessoas derramam suas angústias em forma de palavras. Isto é bom, creio, esvazia um pouco o coração, alivia a tensão, concede um tempo para a reflexão.

Nas notícias instantâneas do mundo que cada clique me traz, surgem casas e vidas devastadas pelos ventos, pelas águas, pela lama. Surgem almas sofridas retidas em esquálidos e famélicos corpos. Pessoas e animais maltratados, violência sem humanidade praticada por uma humanidade que gera sofrimento e dor.

Andando pelas ruas, vejo calçadas e praças usadas como rudes moradias. Velhos sem alento, jovens sem esperança, crianças de futuro incerto, cambaleando até a incerteza do amanhã. A tentativa de camuflar a dor nos vícios que não trazem respostas e concedem alívios cada vez mais fugidios, enquanto a vida foge e se perde na inconsciência destrutiva.

Sinto pela dor do mundo, pela dor das almas. Dedico-lhes meu pensamento, meu sentimento. Palavras são o que tenho, o que posso compartilhar. Antes mesmo de se tornar símbolos estáticos numa tela, sei que elas percorrem céleres as vastidões, chegam a recantos que desconheço, pousam em almas que nunca conhecerei.

Sei que não resolve os problemas da vida, não traz o trabalho, o alimento, a moradia, o amor perdido. Não refaz o sonho desfeito, não constrói o projeto não realizado, não cura a dor sofrida, nem a mágoa sentida, não extirpa a culpa aniquiladora, nem reconstrói o amor próprio destruído.

Mas o coração desanuviado abre a passagem para reencontrar o caminho da coragem para viver a vida, para reconstruir sonhos, edificar esperanças, fincar alicerces para uma nova etapa.

As dificuldades podem ser longas e tenebrosas noites. Mas ao fim de cada noite sempre segue o amanhecer. O sol ressurge dos confins da alma, ilumina e clareia, traz novamente a dádiva da serena luz divina.

Dos cantos em que se recolheram, brotam novamente a esperança, a coragem e a vontade. Fincam raízes ainda mais fortes no solo refeito, crescem vigorosas alimentadas pela seiva da dor superada e das experiências aprendidas. Transformam-se em energia que irradia, buscando fontes similares com as quais podem se entrelaçar, fortalecer, crescer.

Palavras são o que tenho, o que posso compartilhar.

Noemi C. Carvalho

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Um comentário

  1. Que texto lindo. Namastê!

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