
As desavenças familiares que surgem durante o isolamento.
As restrições impostas para enfrentar a pandemia do coronavírus, estão gerando angústia e aflições, devido à pressão do convívio prolongado. A paz e o respeito desmoronam nas já tensas e desgastadas relações que muitos lares acobertam, e Divaldo Franco faz uma reflexão e uma bela prece para restaurar a harmonia.
Na rotina cotidiana das famílias, a convivência partilhava alguns momentos em que todos estavam juntos. Alguns desentendimentos na maioria das vezes esfriavam porque as pessoas saíam para trabalhar, fazer compras ou algum outra atividade.
Agora, entretanto, confinados – e em especial aqueles que não contam com um espaço mais amplo em suas habitações – estão acumulando as incertezas do perigo do contágio, da insegurança quanto ao trabalho e subsistência com a tensão do contato familiar obrigatório e constante.
Esta conjunção de fatores, de fato, produz muita irritação, potencializando os problemas escondidos por baixo do tapete das emoções não resolvidas.
Aqueles cantos da casa que normalmente apenas se compartilhavam vagamente, transformam-se, assim, em locais de incessante encontros e desencontros, aproximando as tensas irritações dia após dia.
A pandemia evidencia a necessidade da renovação interior de uma sociedade adoecida.
Recebemos diariamente notícias do aumento de conflitos que terminam em brigas e agressões. Na maioria dos casos, é provável que seja a manifestação de conflitos e desentendimentos que há muito tempo vêm sendo alimentados com a incompreensão do outro; com a frustração das projeções e expectativas de comportamento do parceiro.
São tantos os tormentos que se escondem na normalidade do ser humano que são precisos tempos como estes que estamos passando para que desperte um novo olhar. Um olhar que se comprometa em desenvolver algum tipo de auxílio para a multidão de bocas silenciadas pela violência de uma sociedade doente.
A sociedade está doente porque as pessoas estavam agindo como o vírus que sorrateiramente invade um corpo e espalha seu mal nos órgãos vitais.
São tempos muito difíceis estes e, enquanto isso, tudo que estava sob o manto da hipocrisia e falsidade está rompendo as fibras desse manto. Assim, começa a expor aquilo que precisa deixar de existir e dar lugar à renovação que chega.
Compadecido deste estado de coisas, Divaldo Franco fez uma reflexão sobre o assunto e também uma prece para ajudar a restaurar e manter a paz, o respeito e a harmonia em todos os lares. Leia abaixo.
José Batista de Carvalho
Uma prece de Divaldo pela paz e respeito nos lares afligidos pela quarentena.
“O senhor disse-nos: ‘Tudo que pedirdes ao meu Pai orando, ele vos atenderá.’
E é impressionante quantas vezes, na minha larga existência, no momento difícil, grave, eu dou esse grito de socorro: ‘Meu Deus!’
Não é necessário dizer mais nada e a resposta é como um relâmpago. Eu transpiro, os batimentos cardíacos reequilibram, eu sinto uma onda leve de frio, a pressão arterial muda um pouco, a circulação sanguínea é resposta divina, e vem a solução.
Nem sempre a solução que eu gostaria, é claro. Porém, é a solução que Deus acha melhor para mim, e eu irei perceber mais tarde que aquela negativa, que aquele fato realmente foi a melhor coisa que me aconteceu.
Quem ora e ama é profundamente feliz.
Outras vezes, quando a coisa acontece como eu gostaria, constato depois que não foi tão bom, que não foi tão compensador. E então eu me entrego à Divindade: ‘Estou nas tuas mãos, Senhor de minha vida, apieda-te de mim.’
Vamos dizer isso: ‘Tem compaixão de nós, os teus filhos, Senhor Deus nosso Pai. Senhor das estrelas e das galáxias, do infinito e das moléculas, tem compaixão da nossa pequenez de vermes pensantes e ajuda-nos a entender o inexplicável das Leis Universais.
Somos teu filho e nos criaste para a glória celestial. Através de Jesus, nosso modelo, nosso guia, distendamos o amor nestes dias difíceis.’
Amemos mais o nosso filho, especialmente aquele que não nos é muito simpático, a nossa filhinha rebelde, a nossa esposa cansada, o nosso marido renitente, viciado, que está cansado de ficar em casa e está descarregando em nós.
Cuidado, muito cuidado, não estamos acostumados a viver em família e os casos graves de agressão doméstica estão aumentando muito por causa da irritabilidade dos parceiros dentro de um apartamento muito pequeno, da inquietação das crianças.
Vamos aprender e viver em família e agradecer a Deus por estarmos vivos. Sobretudo por sermos lúcidos.
E se for possível, não será pedir muito, tome do livro de sua religião ou do Evangelho, o texto do Novo Testamento, abra e leia com a família reunida.
A família que ora permanece unida; família que ora, ama; a família que ama, ora. Quem ora e ama é profundamente feliz.
Aceite, alma querida, com o coração, do seu velho amigo e companheiro de lutas.”
Divaldo Franco