
Por quem podemos rezar?
Rezamos por nós, pela nossa saúde, alegria e prosperidade. Mas por quem mais podemos rezar?
A oração certamente acalma, traz serenidade à mente, leveza ao coração, eleva a alma e a aproxima da bondade celestial. Além disso, ela fortalece o espírito para superar as provas que se apresentam na vida, reanima a esperança, reaviva a confiança.
A oração é gratidão, é contrição e petição. Porque agradecemos pelo bem que nos cerca, reconhecemos as falhas que temos a corrigir e pedimos auxílio e solução para o que mais precisamos no momento.
Podemos rezar em favor de outra pessoa?
Ensina a Doutrina Espírita que podemos, sim, rezar em benefício de outrem. A pessoa que ora com essa intenção o faz pela vontade de praticar o bem e, portanto, “atrai a si, mediante a prece, os bons Espíritos e estes se associam ao bem que deseje fazer.”
Desta forma, ainda que não possamos ajudar certa pessoa de forma direta e efetiva, Deus concede que nosso auxílio lhe chegue através da ação dos benfeitores espirituais.
Podemos orar pelos mortos e pelos Espíritos sofredores?
As preces que fazemos em intenção de pessoas que morreram ou de Espíritos sofredores chega até eles levando-lhes alívio e conforto. Elas não têm, certamente, o poder de mudar, por nossa vontade, o caminho que eles precisam percorrer ou abrandar o sofrimento a que podem estar sujeitos.
Mas eles recebem um testemunho do interesse demonstrado por quem por eles pede e “sentem sempre um refrigério quando encontram almas caridosas que se compadecem de suas dores.”
Além disso, a oração inspira ao arrependimento e ao desejo de agir de boa vontade, fazendo o que for necessário para se redimir e encontrar a felicidade.
“O desejo de melhorar-se, despertado pela prece, atrai para junto do Espírito sofredor Espíritos melhores, que o vão esclarecer, consolar e dar-lhe esperanças.”
Assim como Jesus orava pelos que ele chamava de ovelhas desgarradas, podemos também seguir seu exemplo e ensinamento, rezando por aqueles que precisam da ação benéfica e restauradora da prece.
“Amai-vos uns aos outros.”
Jesus Cristo recomendou: “Amai-vos uns aos outros.” É lícito, portanto, que usemos todos os meios possíveis que demonstrem a nossa afeição, porque esta será levada em consideração pela justiça divina, contribuindo para suavizar os sofrimentos.
O Espírito sofredor recebe o socorro que precisa, mas somente a partir do momento que ele manifeste o seu arrependimento. “Nunca, porém, será deixado na ignorância de que uma alma simpática com ele se ocupou. Ao contrário, será deixado na doce crença de que a intercessão dessa alma lhe foi útil. Daí resulta necessariamente, de sua parte, um sentimento de gratidão e afeto pelo que lhe deu essa prova de amizade ou de piedade.
Em consequência, crescerá num e noutro, reciprocamente, o amor que o Cristo recomendava aos homens. Ambos, pois, se fizeram assim obedientes à lei de amor e de união de todos os seres, Lei divina, de que resultará a unidade, objetivo e finalidade do Espírito.”
Podemos rezar aos bons Espíritos?
“Pode-se orar aos bons Espíritos, como os mensageiros de Deus e os executores de suas vontades.”
Entretanto, o poder de que eles podem dispor para nos prestar o auxílio que pedimos depende de seu grau de evolução e da superioridade alcançada. Além disso, ele é sempre vinculado à permissão de Deus. “Eis por que as preces que se lhes dirigem só são eficazes se bem-aceitas por Deus.”
Noemi C. Carvalho
Texto baseado em “O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec – Parte terceira – capítulo II – A prece (com trechos extraídos da mesma obra).
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