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Por que não nos lembramos das nossas vidas passadas?

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As reencarnações ajudam a resolver muitos problemas antigos.

As reencarnações são a oportunidade de resolvermos muitas questões da nossa vida, considerada do ponto de vista espiritual e eterno. Uma delas certamente é corrigir os erros cometidos nas diversas relações que tivemos no passado. Mas por que não nos lembramos do que aconteceu nas vidas passadas? Assim não seria mais fácil acertarmos desta vez?

O esquecimento do passado tem suas razões de ser, como explica Allan Kardec¹. A lembrança de como vivemos ou do que fizemos poderia ser motivo para hoje nos sentirmos humilhados. Ou, ao contrário, adotarmos uma postura de orgulho por alguma posição alcançada.

De qualquer modo, a influência de situações vividas no pretérito poderia interferir nas escolhas atuais, principalmente criando perturbações nos relacionamentos sociais da atualidade.

Os relacionamentos conflituosos do passado procuram solução no presente.

Kardec explica que “frequentemente, o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu, estabelecendo de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito.”

Sem dúvida que, se pessoas que se odiaram pudessem se reconhecer, o sentimento logo se instalaria novamente. Aquele que foi ofendido ficaria revoltado e talvez até quisesse vingança. Por outro lado, o ofensor poderia também reacender os sentimentos de raiva, ou se reconhecesse o erro se sentiria envergonhado.

Enfim, as relações antigas dificultariam a oportunidade para que novas atitudes surgissem, estabelecidas simplesmente pelas normas morais e espirituais para uma boa conduta.

E é por isso que Deus nos concedeu somente aquilo que precisamos: “a voz da consciência e as tendências instintivas. Priva-nos do que nos seria prejudicial.”

Cada nova encarnação é um novo ponto de partida.

Quando nasce, o homem traz consigo a somatória de todas as suas experiências de encarnações anteriores. Isto é, “em cada existência, tem um novo ponto de partida.

Pouco lhe importa saber o que foi antes: se se vê punido, é que praticou o mal. Suas atuais tendências más indicam o que lhe resta a corrigir em si próprio e é nisso que deve concentrar-se toda a sua atenção. Porque daquilo de que se haja corrigido completamente, nenhum traço mais conservará.

As boas resoluções que tomou são a voz da consciência, advertindo-o do que é bem e do que é mal, e dando-lhe forças para resistir às tentações.”

O esquecimento de existências anteriores é temporário.

Contudo, o esquecimento do que foi vivido em outras existências só acontece durante a vida corpórea. Quando retornamos à vida espiritual, lembramos das circunstâncias das vidas passadas.

“Nada mais há, portanto, do que uma interrupção temporária, semelhante à que se dá na vida terrestre durante o sono, a qual não obsta a que, no dia seguinte, nos recordemos do que tenhamos feito na véspera e nos dias precedentes.

E não é somente após a morte que o Espírito recobra a lembrança do passado”, explica Kardec. Durante as horas de sono, quando o espírito se vale de uma certa liberdade, ele pode ter a consciência de seus atos anteriores. Assim, caso esteja passando por dificuldades e provações, “sabe por que sofre e que sofre com justiça.”

Portanto, conclui Kardec que “a lembrança unicamente se apaga no curso da vida exterior, da vida de relação”. A ausência de uma recordação exata dos fatos que envolvem as existências anteriores “poderia ser penosa e prejudicá-lo nas suas relações sociais”.

Não nos lembramos de vidas passadas, mas temos a consciência da importância da vida presente.

Assim podemos compreender porque não nos lembramos de nossas vidas passadas, de quem fomos, do que fizemos ou com quem nos relacionamos.

Relações conflituosas do passado podem, é verdade, se manifestar com uma aversão gratuita no presente, ainda que pareça não ter motivo ou razão aparente.

Mas cada nova reencarnação é uma abençoada oportunidade para o crescimento espiritual. E ela é ainda melhor aproveitada quando se limita à correção de erros do passado – o que se daria se tivéssemos a plena consciência de nossas existências anteriores.

Assim, a existência atual certamente tem um proveito muito maior para a nossa vida futura, seja no plano espiritual bem como em próximas encarnações, quando usamos o livre-arbítrio e escolhemos, de forma consciente e segura, ter atitudes embasadas nos preceitos morais e espirituais que nos foram legados por Jesus.

Dessa forma, agimos não por medo de punição ou porque nos sentimos obrigados para quitar débitos, mas porque acreditamos que é o melhor a fazer.

Noemi C. Carvalho

1 – Texto baseado em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” – Allan Kardec – Capítulo V – Bem-aventurados os aflitos (Esquecimento do passado)

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