
O pensamento tem força e direção.
O pensamento é uma coisa sobre a qual estamos sempre pensando. Ou será que não? Será mesmo que nós pensamos nele, prestamos atenção ao que é um pensamento? Nós temos a verdadeira dimensão da importância que ele tem na nossa vida?
Eu acho que não. Acredito que a grande maioria de nós está acostumada a achar que um pensamento é quando temos, por exemplo, que resolver alguma coisa. E então pensamos nas soluções que temos à disposição. Isso vai gerar uma atitude, uma ação, e o pensamento vai enfim se concretizar.
E quando ficamos com raiva de uma pessoa, e falamos poucas e boas sobre ela? Essas palavras também tiveram sua origem no pensamento, mas, no caso, ele teve origem numa forte emoção negativa.
Você pode, então, dizer: “Bom, mas falar não é agir, não fiz nada de mais.” Na verdade, você pode até mesmo só ter pensado. Mas o pensamento é energia, e por isso ele não fica restrito à caixa craniana e precisamos prestar atenção a ele. Nós não o vemos, mas ele flui, ele irradia, se espalha, e também toma o rumo que lhe dermos.
Como ouvi certa vez, numa palestra, o pensamento tem força e direção. Por isso é que precisamos, sim, prestar muita atenção ao pensamento, porque assim como muitas vezes agimos por instinto, também pensamos por instinto. E tudo o que pensamos tem consequências.
O pensamento traz a luz das verdades espirituais.
O espírito Miramez¹, sobre isso, diz que o pensamento “é a manifestação da inteligência, é a razão desentulhando os velhos caminhos dos instintos, para manifestar altamente, e com segurança, o prêmio da conquista da alma nas lutas do mundo.
Em tudo o que fazemos, a influência do pensamento está visível, pois determina o que devemos ou não fazer. É certo que existem muitas determinações que o bom senso deixa de cumprir, não achando sequência agradável em seus estímulos, coerentes com a caridade e com o amor.
Porém, as outras programações aceitáveis nascem do seu majestoso impulso, como ideias vigorosas, a tornarem-se concretas nos atos de cada dia.
Quando o homem começa a analisar o modo pelo qual pensa, está acordando para as realidades espirituais, os seus olhos se abrem por gostar da luz. E essa luz, com certeza, irá beneficiá-lo.”
Os pensamentos inferiores podem conturbar a nossa vida.
O nosso pensamento vibra em duas faixas, como continua explicando o benfeitor espiritual: uma inconsciente e a outra consciente. E o corpo físico, tanto quanto o espiritual, é largamente impulsionado por ele.
“Se assim pudéssemos dizer”, continua Miramez, “a mente tem muitas camadas sobrepostas, interligadas umas às outras. Todavia, no intervalo de uma para outra, um sentido denuncia, conforme seu despertar, o que vai para a verdadeira formação dos pensamentos.”
Assim fica clara a importância de nos aprofundarmos no conhecimento de nosso ser e entendermos a extensão da nossa responsabilidade sobre a mente. É dessa forma que podemos, então, selecionar os primeiros impulsos das ideias, antes que elas tomem forma e se concretizem.
Como explica Miramez, “demos os nomes que melhor nos apetecer, isso não importa. Importa sim, que vigiemos, estimulando o amor em nossos corações, para que ele não nos deixe sem recursos para combater os pensamentos inferiores que, por vezes, queiram invadir a seara das ideias, conturbando a nossa vida.”
Os sinais que o nosso corpo nos envia orientam as nossas decisões.
“A ação do pensamento, na faixa inconsciente, é o programa de Deus em nossa defesa. Ele estimula glândulas, sem que notemos, nas linhas mais acertadas que possamos imaginar. É o que ocorre com a suprarrenal, na hora de um perigo iminente.”, afirma Miramez.
Para explicar como isso se processa, ele faz uma analogia. O raciocínio consciente pode ser comparado a uma carta enviada pelos correios, com todos os detalhes necessários do que deve ser feito. E o pensamento inconsciente poderia ser considerado como um recado enviado por ondas do rádio, um alerta do perigo.
Lembro, neste momento, de Deepak Chopra, que diz que quando estamos em dúvida, o melhor é sentir as sensações de nosso corpo. Geralmente, na região do coração ou do estômago, temos sensações físicas de conforto ou de desconforto que nos indicam qual a melhor opção.
Segundo ele, o coração “não se orienta por perdas e ganhos. Ele está conectado ao computador cósmico que leva tudo em conta.”
A lei do carma começa na mente.
Os recursos que o pensamento nos oferece são infinitos. “E chegou a hora de entrarmos na escola do pensamento reto, para que as ações dignas nos sejam favoráveis”, alerta Miramez.
Assim, é bom nos acostumarmos a prestar atenção ao pensamento. “Dar ouvidos” aos lampejos das boas ideias inspiradas por Deus e pelos nossos orientadores espirituais, que são sempre aquelas que visam o nosso bem dentro do bem geral.
E identificar o que vem de instintos inferiores ou de inspiração duvidosa, que são os pensamentos que seguem a linha do egoísmo, da raiva, da inveja, do medo, do descaso com os outros.
A liberdade de pensamento é direito de cada um, e as consequências pelos pensamentos emitidos é, da mesma forma, responsabilidade individual.
É a lei do carma, a lei de causa e efeito, pois nada acontece por acaso em nossa vida.
Noemi C. Carvalho
Miramez, no livro “Horizontes da Mente”, psicografado por João Nunes Maia
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