
A atual pandemia terá um significado maior?
A que veio essa nova praga, esse inusitado vírus? Será só uma das muitas pragas que eventualmente surgem, fazem seu estrago e logo são derrotadas? Ou é só um outro vírus, como tantos outros, que está testando a capacidade e rapidez de resposta da mente humana, aliada aos avanços da tecnologia? É provável que a pandemia do coronavírus seja um chamamento para repensar a vida, renovar valores e condutas. O que você acha? Como você vê a situação?
Naturalmente, as pessoas veem e sentem a situação de formas diferentes, é verdade. Assim podem lhe dar uma importância exagerada ou então entender que o problema está sendo superdimensionado e não há motivo para tanto alarde. Entretanto, opiniões pessoais à parte, o tipo de contágio e a velocidade de propagação vieram como uma novidade alarmante para todas as autoridades da área médica e de saúde pública, que tentam o mais rápido possível desvendar os mistérios que envolvem esse inimigo microscópico.
Acredito que essa pandemia é um alerta – dado, sim, de forma dramática – para que a humanidade repense seu estilo e suas prioridades de vida.
Os prejuízos à vida têm sido uma constante na história contemporânea.
Os veículos noticiosos estão falando sobre as diferenças que têm sido notadas nas cidades submetidas ao isolamento. Em poucas semanas, como resultado das medidas necessárias, elas apresentaram melhoras significativas quanto à qualidade do ar, das águas e retorno de espécies animais.
Na China, por exemplo, há muitos anos as pessoas já precisavam andar de máscara nas ruas devido à poluição. Tristes imagens de animais marinhos mortos por causa de plástico e poluição são cada vez mais frequentes. Animais selvagens invadem cidades em busca de alimento, pois lhes foi tirado o habitat natural. Espécies estão em extinção por causa de caça predatória e mercantilista. A lista é longa.
Por outro lado, a crescente e constante urbanização também vem prejudicando a produção agrícola, e o sonho de morar na cidade grande tem levado os jovens a deixar o campo. Ouvimos falar sobre a provável falta de alimentação e de água para suprir toda a população num breve futuro. Apesar de essa já ser uma realidade para milhões de pessoas que não têm a “sorte” de viver empregado ou ser empresário num centro urbano, numa cidade desenvolvida.
E temos também as guerras, as irascíveis disputas territoriais sem nexo e sem sentido, levando destruição e medo. A violência nas cidades, a violência doméstica, ganância, egoísmo, falta completa de escrúpulos.
Enfim, muitos marcadores indicam que a civilização está caminhando para a autodestruição, inclusive com os temores de uma nova guerra mundial que, pelo potencial bélico, seria provavelmente a última que a humanidade presenciaria. Não é o caso, enfim, de se aproveitar esta pausa obrigatória dada pelo coronavírus e repensar em como estamos conduzindo a vida?
As alterações climáticas, em que pese ajustes naturais do sistema cósmico como já aconteceu em outras eras, têm sido alimentadas pela produção desenfreada de poluentes, alimentada – por sua vez – pelos desenfreados hábitos de consumo que ultrapassam em muito necessidade ou satisfação, configurando-se em ostentação ou futilidade. Cada vez com mais frequência acompanhamos notícias de incêndios devastadores, tempestades e nevascas arrasadoras, fora de época, fora de contexto.
Existe um significado por trás da peculiaridade desse novo vírus?
Então, sim, essa praga que atingiu todo o mundo está ajudando a natureza a se recuperar. E está mostrando às pessoas que pode existir outro jeito de viver. Se o homem não enxergou a destruição que estava causando à vida, ele agora percebe que a vida pode destruí-lo com algo que ele não enxerga.
As características de ação do coronavírus, desde o começo me levaram a pensar que ele era mais que um organismo infectando pessoas, trazendo, atrás do ranço da tristeza e do medo, uma mensagem para repensar a vida em suas atitudes diárias.
Lamentavelmente, está deixando um rastro de morte por onde passa, mas com uma característica peculiar: está vitimando, até o momento, preferencialmente pessoas de uma faixa etária bem alta. Parece que, apesar dos desastres que se prenunciam na economia mundial, a população mais jovem e produtiva, a força de trabalho para reconstruir o planeta, está sendo poupada.
É como se aqueles que dedicaram uma vida inteira a trabalhar, construir, edificar e educar tivessem sido solicitados a dar uma última contribuição para salvar o mundo adoentado. Eles são como que os portadores da mensagem que mostra como a vida é frágil, podendo aniquilar nações em questão de meses por algo praticamente invisível. E o quanto ela é preciosa, devendo, portanto, ser cuidada com mais carinho. E não me refiro só à vida pessoal, mas à vida coletiva, aos animais, às terras, aos mares e aos céus.
Podemos aprender com o coronavírus a necessidade de repensar o estilo de vida.
É hora, portanto, de deixarmos as dissidências, críticas e maledicências, que só fazem alimentar a legião das sombras e do mal. A vida pede renovação. Vamos nos unir à legião do bem para livrar o mundo da arrogância, da ganância, do egoísmo, de tudo o que é contrário ao amor e à lei de Deus, ao respeito à vida e ao próximo.
A função da vida humana nesta Terra é enfrentar os seus medos, as suas raivas e incompreensões, buscando o caminho de conhecimento interior para a evolução a que está destinado. E não para encobrir tudo com atividades frívolas, com distrações forçadas, com fugas alucinadas por entorpecentes, pelo desregramento sexual.
Se olharmos nos primórdios da humanidade e ao longo de sua história, parece que nada mudou. O que mudou foi a inteligência do homem, é verdade, mas ele se distanciou da compreensão espiritual, do sentimento de humanidade.
Essa modificação de comportamento e de atitudes não vai partir de uma imposição de governos, dirigentes, administradores ou qualquer agrupamento do qual façamos parte. Ela só pode acontecer individualmente. Pode, sim, ser compartilhada, divulgada, comentada, dialogada, mas a ação é escolha individual.
O momento trazido pelo coronavírus nos pede para repensar e renovar as atitudes perante a vida.
O momento pede renovação. Renovemos as forças e também as atitudes. A vida precisa de você, de seu pensamento de esperança, de sua atitude de fé, da energia da sua força, do vigor da sua coragem.
A sua vida é importante e tem muito significado. Ainda que você pense que não pode dar nenhuma contribuição grandiosa, a sua maior obra pode ser justamente vencer as sombras interiores. E, assim, ser um ponto de luz a clarear a Terra. Talvez Deus só espera e anseia que você vença a sua luta interior e fique bem.
Esta é uma guerra sem precedentes. Uma verdadeira guerra mundial, que atinge todos os países, não levando em conta cor, credo, raça, posição econômica, história ou cultura. Uma guerra silenciosa, travada contra um inimigo invisível, que não será vencida por tropas militares, só será vencida pela união e conscientização de todos.
Peçamos a Deus que nos oriente e abençoe para que saiamos vencedores dessa batalha. E que esse inimigo que está atacando não só a população, mas também seus generais e comandantes – que não podem se encastelar para ficar a salvo das investidas – se conscientizem da insensatez das guerras armadas.
Afinal, qual o sentido de tirar vidas, destruir economias, instaurar o pânico e o sofrimento? Esperemos que esta dura lição possa fazer todos os líderes de nações e de povos repensarem o seu papel como agentes de crescimento e não de destruição. Que haja paz no mundo.
Que Deus, nosso Pai e Criador, derrame Suas bênçãos sobre todos os Seus filhos, aliviando os corações amargurados pela perda, desanuviando as mentes tangidas pelo medo, concedendo-nos a serenidade, a esperança e a solução.
Noemi C. Carvalho
Principais medidas de proteção.
Para se proteger e evitar a disseminação do coronavírus, lembre-se sempre das orientações básicas para proteção, e atualize-se através dos órgãos oficiais e fontes confiáveis.
- Lave as mãos com água e sabão frequentemente, principalmente ao chegar de ambientes públicos e antes de consumir alimentos.
- O álcool em gel com pelo menos 70% de álcool pode ser uma opção quando não houver água e sabão disponíveis.
- Mantenha uma boa higiene respiratória, ao tossir ou espirrar, cobrindo a boca e o nariz com o cotovelo flexionado ou com um lenço descartável, que deve ser jogado no lixo logo em seguida.
- Evite tocar nos olhos, nariz e boca sem antes higienizar as mãos.
- Respeite as determinações de isolamento de sua cidade, saia somente se necessário.
Para maiores informações, informe-se sempre por fontes confiáveis.
Você pode saber mais acessando:
– OMS – Organização Mundial da Saúde
– OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde
– Ministério da Saúde
– Governo do Brasil
– FIOCRUZ
– Instituto Butantan
– Governo de São Paulo