
Se a tristeza não sai da sua vida, analise as escolhas que você faz.
Quantas vezes, quando as circunstâncias da vida não eram as mais favoráveis, cansado, parei. O desânimo puxou de mim a clássica dúvida do porquê tudo estar novamente se repetindo. O recorrente questionamento voltou: “Quando eu poderei viver momentos de felicidade nesta vida tão cheia de tristeza?” E a resposta se fazia ouvir: “Seja firme!”
Quantas pessoas também não viveram ou estão vivendo imersos nessa dúvida?
Tudo o que experimentamos em nossa vida é resultado de escolhas que fizemos. Sim, isso mesmo, toda desordem que impera em nossos dias é de nossa própria autoria. Mesmo que você não goste de admitir isto, este é o primeiro e fundamental passo a compreender para que possamos reverter os problemas que periodicamente nos atingem.
Precisamos, portanto, assumir o controle de nossa vida e começar a desfazer o que faz as coisas ficarem feias. E para fazer isso precisamos entender o conceito de responsabilidade.
Seja firme para libertar-se de condicionamentos e assumir suas escolhas.
Nossas sociedades, ao longo do tempo, colocaram significados distorcidos nas palavras para com isso poder criar controle sobre as pessoas.
Com relação ao conceito da palavra ”responsabilidade”, isso se deu para formatar uma ideia de compromisso com as ordenações vigentes.
Ou seja, ser responsável significa agir conforme as exigências da sociedade, dos sábios, anciões, sacerdotes, etc. É fazer as coisas como esperam os nossos pais, os professores e as demais pessoas ou entidades às quais estejamos ligados.
Desta forma, a expressão “irresponsável” carrega um grande peso por demonstrar que não agimos conforme o ordenado, o esperado ou o exigido.
Toda essa valoração, sem dúvida, é intensificada pelas ligações com os agentes transmissores desses conceitos que são muito próximos, como os familiares e as pessoas por quem temos admiração.
Dentro desse entendimento, ser responsável é agir conforme está prescrito, obedecendo o programado. Portanto, ser irresponsável é agir por conta própria, ser espontâneo, ouvir seu interior, fazer as coisas de forma diferente ao ordenado.
Não é à toa que tememos a responsabilidade e tendemos a entendê-la como culpa quando algo não dá certo.
Responsabilidade é responder a cada situação de forma dinâmica.
A “responsabilidade” é a “capacidade de responder”, e a resposta que devemos ser capazes de dar somente será possível no presente, no momento da ação, pois esse momento é único e singular.
E assim é que devemos agir, utilizando a totalidade do nosso ser para dar a resposta adequada a cada situação, e ela virá da perfeita interação e sintonia entre nosso ser e as circunstâncias do momento presente.
Estamos doutrinados a usar antigos programas formados por instruções e pensamentos de outras eras que fizeram nossas vidas como elas são agora e também, importante frisar, pelo mundo e pela sociedade onde interagimos.
Basicamente, assumir a responsabilidade é isso: fizemos algo e vamos responder às repercussões que o que fizemos criaram.
Se aquilo que agora acontece não está bom, é porque aquilo que contribuiu para criar essa realidade também não foi bom.
Como o agente que colaborou com a criação dessa realidade fomos nós, e assim a criamos através das escolhas que fizemos, então precisamos analisar os fatores que encaminharam as escolhas que fizemos e construíram essa realidade que nos afronta. Precisamos avaliar o que nos influenciou e em que nos baseamos para decidir nossas questões.
Faça este exercício para conquistar sua autonomia e melhorar sua vida.
Para isso, vamos investigar a fundo nossos sentimentos e nossa mente. Ver quais carências mantêm determinados comportamentos que não são salutares, quais as crenças que geram os comportamentos ineficazes, e assim, conseguiremos ver quais pensamentos imperam em nossa mente.
A partir daí, podemos trabalhar na reversão dos padrões de pensamento para construir um novo programa de viver.
Na prática, podemos começar fazendo um exercício onde vamos deixar vir à tona de nossa mente os conceitos que estão inseridos nos acontecimentos atuais e que estão causando problema.
1 – Volte ao ponto que deu início à situação
Pare um instante, feche os olhos, traga à mente uma situação crítica que está vivendo ou que recentemente você viveu. Em seguida, olhe para tudo o que aconteceu com se você fosse um espectador assistindo uma peça de teatro. Sei que não é fácil, mas procure não deixar as emoções se misturarem nessa prática, não é hora delas agora.
Esforce-se, então, para conseguir perceber tudo desde o início: veja o que as pessoas envolvidas fizeram, falaram, como é que interagiram, como você agiu, o que falou ou o que respondeu.
Repito, isto é muito importante: não se envolva emocionalmente, não julgue, não questione, não justifique: você é apenas um observador que presencia os fatos, os comportamentos e os efeitos do que acontece na trama que assiste.
Procure atentar para os motivos que deflagraram cada palavra, cada ação, cada acontecimento. Verifique se consegue ver o que motivou as discussões ou as decisões tomadas. Será que elas são baseadas em informações corretas, ou era preciso pesquisar mais, ter maiores dados e uma analise mais profunda e isenta para fazer o que foi feito?
2 – Faça um levantamento das palavras, pensamentos e emoções
Avalie se os acontecimentos foram motivados por carências, se alguma emoção negativa tumultuou as relações, enfim, como se faz ao assistir filmes e novelas. Procure entender cada personagem, sua história e o que motiva seu comportamento. Busque entendimento, e esse entendimento vai lhe revelar quais fatores não funcionaram bem e assim produziram problemas.
Veja o que passa por sua cabeça e perceba agora quais emoções estão despertando. Avalie se é medo, insegurança, se existe raiva, mágoa ou qualquer outra potencial emoção negativa.
Imagine quanto tempo tudo isso levou para se estabelecer em você. Todas as conversas de que participou, tudo que ouviu, tudo o que leu, aprendeu, os filmes e programas que viu, as histórias da família enquanto era pequeno.
Perceba como uma carga infindável de informações, determinações, ordens e conceitos foram dia a dia construindo a forma como você pensa, o jeito como percebe o mundo e o modo como você se comporta.
3 – Agora é hora de se libertar de antigos conceitos
Para renovar o nosso ser, precisamos pacientemente e com muito cuidado tirar toda essas velhas camadas que aos poucos foram sendo colocadas no intuito de nos proteger, mas que hoje apenas escondem quem somos em verdade.
Assim, libertos dos roteiros impostos, sem reagirmos mais com ações pré-programadas, poderemos exercer o nosso divino direito da liberdade do ser, a liberdade de manifestarmos nossa essência.
E de posse dessa autonomia, seja firme, escolha a vida que você quer e faça neste mundo aquilo que você foi divinamente criado para fazer.
José Batista de Carvalho
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