
O criador do conceito da “modernidade líquida”.
Os conceitos, livros e frases de Zygmunt Bauman se tornaram conhecidos pelo grande público pela sua definição da “modernidade líquida”.
Sociólogo e filósofo, nasceu na Polônia, em 1925 e morreu em 2017, aos 91 anos, na Inglaterra. De acordo com Bauman, nos tempos atuais, as relações entre os indivíduos nas sociedades tendem a ser menos frequentes e menos duradouras, motivo pelo qual ele atribuiu a denominação de “modernidade líquida” para esta época à qual até então era denominada como pós-modernismo.
Segundo o seu conceito de “relações líquidas”, as relações amorosas deixam de ter aspecto de união e passam a ser mero acúmulo de experiências, e a insegurança seria parte estrutural da constituição do sujeito pós-moderno.
Seus estudos sociológicos sobre a angústia dominante nestes tempos atribuem a mesma à falta de comprometimento nas relações, bem como à pressa de se encontrar o par perfeito, e a descartá-lo quando não se mostra totalmente compatível com a expectativa gerada.
Desta forma, o “amor líquido” flui e se esvai, sem conseguir construir uma base sólida de sustentação.
Frases de Zygmunt Bauman.
Veja algumas frases que marcam a obra de Zygmunt Bauman.
“As relações escorrem pelo vão dos dedos.”
“Os tempos são líquidos porque, assim como a água, tudo muda muito rapidamente. Na sociedade contemporânea, nada é feito para durar.”
“A vida é muito maior que a soma de seus momentos.”
“A única coisa que podemos ter certeza é a incerteza.”
“A incerteza foi sempre o chão familiar da escolha.”
“A incapacidade de escolher entre atração e repulsão, entre esperanças e temores, redunda na incapacidade de agir.”
“‘Medo’ é o nome que damos à nossa incerteza, à nossa ignorância da
ameaça e do que deve ser feito.”
“O pressuposto da vulnerabilidade aos perigos depende mais da falta de confiança nas defesas disponíveis do que do volume ou da natureza das ameaças reais.”
“Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo.”
“A paixão por se fazer notar é um exemplo importante, talvez o mais gritante, dos nossos tempos, nos quais a versão atualizada do cogito (penso) de Descartes seria: ‘Sou visto (observado, notado, registrado), logo existo’.”
“Hoje, o medo da exposição foi abafado pela alegria de ser notado.”
“Na era da informação, a invisibilidade é equivalente à morte.”
“A internet e o Facebook nos tranquilizam e nos dão a sensação de proteção e abrigo, afastando o medo inconsciente de sermos abandonados. Na verdade, muitas vezes você está cercado de pessoas tão solitárias quanto você.”
“Os otimistas acreditam que este mundo é o melhor possível, ao passo que os pessimistas suspeitam que os otimistas possam estar certos…”
“Esquecemos o amor, a amizade, os sentimentos, o trabalho bem feito. O que se consome, o que se compra, são apenas sedativos morais que tranquilizam seus escrúpulos éticos.”
“As pessoas seguem a correnteza, obedecendo às suas rotinas diárias e antecipadamente resignadas diante da impossibilidade de mudá-la, e acima de tudo convencidas da irrelevância e ineficácia de suas ações ou de sua recusa em agir.”
“Nossa vida está longe de ser livre do medo, e o ambiente líquidomoderno em que tende a ser conduzida está longe de ser livre de perigos e ameaças. A vida inteira é agora uma longa luta, e provavelmente impossível de vencer, contra o impacto potencialmente incapacitante dos medos e contra os perigos, genuínos ou supostos, que nos tornam temerosos.”
“Para evitar a catástrofe, primeiro é preciso acreditar na sua possibilidade. É preciso acreditar que o impossível é possível. Que a possibilidade sempre espreita, inquieta, debaixo da carapaça protetora da impossibilidade, esperando o momento de irromper.”
“Nós somos responsáveis pelo outro, estando atentos a isto ou não, desejando ou não, torcendo positivamente ou indo contra, pela simples razão de que, em nosso mundo globalizado, tudo o que fazemos (ou deixamos de fazer) tem impacto na vida de todo mundo e tudo o que as pessoas fazem (ou se privam de fazer) acaba afetando nossas vidas.”
fonte: Pensador