
A vontade de falar tudo o que possa ajudar.
Cruzando todos os dias pelas tristes ruas de nossa cidade, com tantos olhares perdidos e sem esperança na vida, tenho vontade de falar tudo que possa acender o brilho da vida nesses olhares todos.
Quantas vezes você não se prostra diante do altar das desilusões? E se prende a fatos passados que não lhe dão trégua, imobilizam todos os sentidos, fechando os caminhos e tornando os dias tão iguais?
Imagens desconexas da infância intrometem-se nas lembranças dos momentos que nos feriram. E a mente vem e vai bailando sob um descompassado bolero.
Dia após dia, fica cada vez mais difícil, em meio a espinhos, seguir o caminho. Mas preste atenção: o que você é hoje não precisa continuar se definindo por um passado que lhe deixou tantas marcas.
Levante a cabeça, e deixe as velhas imagens para trás. Evite olhar pelo retrovisor do sofrimento, pois ele e suas marcas já dominaram a sua vida por tanto tempo que agora é hora de começar a apreender a transformar tanta dor em conhecimento e sabedoria.
“All you need is love.”
Passamos por esta vida muitas vezes achando que à frente apenas existem becos sem saída, portas fechadas ou mesmo um grande nada, um vazio terrível que rouba os sonhos e rouba as cores.
Mas, mesmo em meio a tantos dias esmaecidos, lembre-se que temos uma alma que é imortal, e que o amor é a essência dessa sua alma.
E é esse amor de origem divina que está lhe conduzindo por toda a eternidade. Então não se desespere e nem desista. Tudo o que você precisa é relembrar e recuperar a força do amor dentro de você.
O amor é o único caminho.
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.” (*)
O entendimento da vida é essencial para compreender os desígnios que foram conferidos por Deus a alguém. Cada ser no Universo tem um dom único, um conjunto que características e habilidades conferidas pelo Criador para ser desenvolvido durante a vida. Por mais que alguém possa desenvolver e aprimorar esse dom, sem o amor nada terá feito, pois as suas aptidões ficarão estanques pelo egoísmo.
“A cada um segundo suas obras.” – (Mateus 16:27)
“E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.” (*)
Todo o conhecimento e ciência, todo poder e riqueza que o mundo possa proporcionar a alguém de nada valerá se a energia do amor não se estiver presente nos pensamentos, sentimentos e ações daqueles que detém o poder material, mas não entendem o suave e insuperável poder do amor.
O amor move o Universo.
“Tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita.” – (Mateus 6,3)
“E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.” (*)
Distribuir auxílio e minorar o sofrimento dos desfavorecidos é um ato bom. Entretanto, deve-se sempre ter a cautela e o respeito para se fazer isso sem ostentação, pois muitas vezes as intenções são pouco altruístas. Esses atos muitas vezes são feitos como uma forma de fortalecer a imagem do doador frente aos demais, isso quando não são feitos para infligir humilhação ao necessitado.
Somente quando o auxílio é movido pelo amor ele encontra a sua real e verdadeira importância no Universo.
Da mesma forma devem se encarar os sacrifícios que se fazem, não como forma de se mostrar aos outros. Melhor do que autoinfligir sofrimentos é o esforço em combater o orgulho e o egoísmo, causadores reais de todos os sofrimentos que vemos se espalhar na Terra.
Qual o mandamento maior da lei?
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” (Mateus, 22:34 a 40)
O equilíbrio da vida em todo Universo ocorre quando essa Lei maior é exercida e respeitada por todos. Neste nosso Planeta, que ainda gira sob as forças das provas e expiações, percebemos quantos sofrimentos e dores continuam a ocorrer por uma grande parte de pessoas não entender o funcionamento desse Mandamento.
Se tivéssemos pelos outros a tolerância, o respeito e a cordialidade que gostaríamos que os que nos cercam tivessem conosco, dificilmente faríamos algo que ferisse ou provocasse dano aos outros. E assim eles também, caso respeitassem essa lei, não teriam comportamentos ou atos que nos ferissem.
Além desse entendimento, eu gosto de pensar nessa fala de Cristo como o estabelecimento de uma relação que imperiosamente institui um equilíbrio dinâmico e autossustentado.
Chegou o momento de entendermos a nossa realidade espiritual.
“Já não tendes ouvido que vós sois deuses?” (João, 10:34)
Nesta época tumultuosa de Transição Planetária é chegada a hora de entendermos a nossa realidade espiritual.
A despeito das simbólicas histórias que aprendemos sobre a origem da vida, não surgimos do pó. Somos seres espirituais, Espíritos imortais amorosamente criados por Deus.
Percorremos a eternidade de encarnação em encarnação buscando, através de nossas experiências na matéria, o aperfeiçoamento de nossas qualidades, almejando o despertar de todas as virtudes e o encontro da felicidade.
Somos todos oriundos de uma mesma e Divina Origem. Somos, cada um de nós, com as nossas virtudes inatas, aspectos de um mesmo Pai, raios de luzes nascidos de um Único e Bondoso Sol.
Tendo consciência dessa relação dinâmica, teremos consciência de que é impossível fazer mal a um nosso próximo sem que esse mal nos atinja. E que não é possível se amar e, assim, curar todas a feridas, sem que esse amor esteja livremente percorrendo em todos.
Por isso, para curar as suas lembranças, para harmonizar o seu ser e possibilitar às cores voltarem ao seu viver, busque o amor que está escondido e esquecido em seu interior.
Revigore suas forças confiando no Pai Amoroso. E então, olhe no horizonte os seus caminhos abertos, livres e caminhe para as suas realizações.
José Batista de Carvalho
(*) – A Carta de Paulo sobre o Amor
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