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Tragédias como a da talidomida: porque isso acontece

talidomida

Para entender porque acontecem tragédias como a da talidomida.

Muitas vezes se torna difícil ao nosso entendimento compreender as mazelas da vida, sobretudo quando elas recaem sobre crianças, como no caso da talidomida. Certamente, temos em nossa mente a imagem da pureza vinculada aos bebês e às crianças em tenra idade. Por isso questionamos a bondade e a justiça de Deus quando nos deparamos com nascituros com malformações congênitas, uma vez que analisamos apenas a existência atual.

O autores espirituais, entretanto, procuram constantemente nos elucidar mostrando-nos as ações do livre-arbítrio e sua relação com a lei de causa e efeito. É o caso, por exemplo, do texto onde o Irmão X (o Espírito de Humberto de Campos¹) relata uma aula no plano espiritual com referências à tragédia desencadeada pelo uso da talidomida, a partir do final dos anos 50.

A talidomida foi descoberta na Alemanha em 1953, e em seguida, a partir de 1957, começou a ser comercializada mundialmente. Foi uma medicação amplamente prescrita para as mulheres grávidas, pois aliviava os enjoos matinais. Mas com o tempo evidenciaram-se os seus efeitos teratogênicos, podendo levar a malformações ou ausência de membros nos fetos (focomelia)².

Leia, em seguida, a aula do plano espiritual sobre a talidomida e sua relação com a lei de causa e efeito.

Uma aula no plano espiritual.

“Na tela cinematográfica, junto da qual sentíamos a realidade sem distorção, o professor do Plano Espiritual exibiu dois pequenos documentários sobre o assunto que nos fora motivo a longo debate.

1939 – 1943 – Surgiu à cena agitada metrópole europeia. Em tudo, o clima de guerra. Desfiles militares de pomposa expressão. Na crista dos edifícios mais altos, bocas de fogo levantavam-se em desafio. Nas ruas, destacavam-se milhares de jovens em formações de tropa, ao rufar de tambores, ostentando símbolos e bandeiras.

O povo, triste e apreensivo nas filas de suprimento, parecia desvairar-se de júbilo, nas paradas políticas, ovacionando oradores nas praças públicas. De vez em vez, sirenas sibilavam gritaria de alarme. Aviões sobrevoavam, incessantemente, o casario enorme, lembrando águias metálicas, de atalaia nos céus, para desfechar ataques defensivos contra inimigos que lhes quisessem pilhar o ninho.

Um triste cenário.

Através de informações precisas, registrávamos os mínimos tópicos de cada conversação.

De súbito, vimo-nos mentalmente jungidos a dilatado recinto, onde centenas de policiais e civis cochichavam na sombra. Articulam-se avisos. Ramifica-se a trama. Camionetas deslizam dentro da noite. Outros agrupamentos se constituem.

Mais algum tempo e magotes de transeuntes se agregam num ponto só, formando vasta legião popular em operoso bairro de ascendência israelita.

São paisanos decididos à rapinagem. Homens e mulheres de raciocínio maduro combinam o assalto em mira. Madrugada adiante, quando a soldadesca selecionada desce dos veículos com a ordem de apressar famílias inermes, ei-los que invadem as residências judias, agravando o tumulto.

Para nós que assistíamos ao espetáculo, transidos de dor, era como se fitássemos corsários da terra, no burburinho do saque.

Mãos que retivessem anéis, pulsos que ostentassem adornos, orelhas ornamentadas de brincos e bustos revestidos de joias sofriam golpes rápidos, muitos deles tombando decepados em torrentes sanguíneas.

Alguém que aparecesse com bastante coragem de investir contra os malfeitores, cuja impunidade se garantia com a indiferença de quantos lhes compartilhavam a copiosa presa, caía para logo de pernas mutiladas, para que não avançasse em socorro das vítimas.

E os quadros vivos se repetiam em outros lugares e em outras noites, com personagens diversas, nos mesmos delírios de violência.

Alguns anos à frente.

1949 – 1953 – A tela passa, então, a mostrar escuro vale no Espaço. Examinamos, confrangidos, milhares de seres humanos em condições deploráveis. Arrastam-se em desgoverno.

Há quem chore a ausência dos braços, quem lastime a perda dos pés. Possível, no entanto, identificar muitos deles. São os mesmos infelizes de 1939 a 1943, participantes das empresas de furto e morte, à margem da guerra.

Desencarnados, supliciam-se no remorso que se lhes incrusta nas consciências. Carregando a mente vincada pelas atrocidades de que foram autores, plasmaram em si, nos órgãos e membros profundamente sensíveis do corpo espiritual, as deformidades que infligiram aos irmãos israelitas indefesos.

Ainda assim, almas heroicas atravessam o nevoeiro e distribuem consolações. Para que se refaçam, é preciso que reencarnem de novo, em breves períodos de imersão nos fluidos anestesiantes do plano físico. Necessário retomem a organização carnal, à maneira de doentes complicados que exigem regime carcerário para tratamento preciso.

Ensinamentos prosseguem ao redor do filme.

Sofrerão, sim, mais tarde, as provas regenerativas de que se revelam carecedores, mas, por enquanto, são albergados por braços afetuosos de amigos, que se prontificam a sustentá-los, piedosamente, ou entregues a casais necessitados de filhinhos-problemas, a fim de ressarcirem dívidas do pretérito.

A maioria dos implicados renasce no país em que se verificou o assombroso delito, e muitos deles, em vários pontos outros do mundo, ressurgem alentados por famílias hospitaleiras ou endividadas, que se aconchegam, para a benemerência do reajuste.

A lição sobre a dolorosa disciplina expiatória.

Certamente – comentou o instrutor, ao término da película – certamente que nem todos os casos de malformação congênita podem ser debitados à influência da talidomida sobre a vida fetal.

Em todos os tempos, consoante os princípios de causa e efeito, despontam crianças desfiguradas nos berços terrestres. O estudo, entretanto, que realizamos pela imagem esclarece com segurança o fenômeno das ocorrências de má-formação que repontaram em massa, entre os homens, nos últimos tempos.

Achávamo-nos suficientemente elucidados; no entanto, meu velho amigo Luís Vilas indagou:

– Isso quer dizer então, professor, que a talidomida e a provação funcionaram em obediência à justiça, mas não será lícito esquecer que o lar e a ciência vigilante dos homens também funcionaram em obediência à Misericórdia Divina, que a tudo previu, a fim de que a administração daquele medicamento não ultrapassasse os limites justos. Compreenderam?

Sim, recebêramos a chave para entender o assunto que envolvia dolorosa disciplina expiatória, e, à face da emoção que nos impunha silêncio, a lição foi encerrada.”

Irmão X

Referências

1 – Irmão X, em “Contos Desta e Doutra Vida”, psicografado por Chico Xavier
Irmão X é o pseudônimo de Humberto de Campos, que foi jornalista, político e escritor brasileiro. Ele nasceu no Maranhão, em 1886, e morreu no Rio de Janeiro, em 1934. Foi membro da Academia Brasileira de Letras e escreveu dezenas de livros.
Depois do desencarne, começou a escrever através do então jovem médium Chico Xavier, dando início a uma nova fase para o espiritismo no Brasil. Mas com a grande quantidade de livros que começaram a ser publicados, a família de Humberto de Campos moveu ação judicial contra a FEB exigindo direitos autorais pelas obras de além-túmulo, o que levou o autor espiritual a adotar o pseudônimo de Irmão X. (Fonte: FEB – Federação Espírita Brasileira)

2 – Wikipedia – Talidomida

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