
Um breve relato sobre a origem da Páscoa.
Após o período de vigília, como era costume na época, três mulheres – Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago – se encaminharam ao túmulo de Jesus para ungi-lo com óleos aromáticos. Ali chegando, viram que a pedra que lacrara a sepultura tinha sido removida. Nesse instante, Maria avistou dois anjos e Jesus, que ela não reconheceu de imediato. Jesus pediu a ela que contasse aos discípulos que ele iria ascender ao Pai, o que ela se apressou em fazer.(*)
A origem da Páscoa cristã é decorrência da Páscoa judaica, o Pessach – o Êxodo relatado no Antigo Testamento, quando os judeus fizeram sua passagem para a liberdade. A Páscoa cristã também traz a referência à passagem de Cristo para o mundo espiritual, e a libertação dos sofrimentos.
Jesus ressignificou a ceia de Páscoa judaica quando preparou seus seguidores para o que lhe ocorreria durante a Última Ceia. Ao criar a Eucaristia, ele atrelou a simbologia do pedaço de pão e da taça de vinho ao seu corpo, que seria sacrificado, e ao seu sangue, que seria derramado.
No período entre a crucificação e a ressurreição, conforme os relatos dos apóstolos: «Assim também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para nos levar a Deus, sendo, na verdade, morto na carne, mas vivificado no Espírito, no qual também foi pregar aos espíritos em prisão.» (I Pedro 3:18-20). Esta passagem forma a base teológica que sustenta a frase “Ele desceu ao inferno”, que consta no Credo dos Apóstolos e deu origem à tradição da Descida de Cristo ao Inferno.
Essa descida ao “Hades”, ao “inferno”, metafisicamente significa a descida que devemos realizar ao nosso mais sombrio inconsciente, para ali enfrentarmos os demônios de nossos vícios e imperfeições. Assim poderemos iluminar nossa consciência, dissolvendo as antigas e falhas programações, cristalizadas em hábitos nocivos que nos afastam de nossos verdadeiros propósitos.
Os lírios se vestem do mais alvo manto, retratando o branco da purificação.
Celebramos, no dia de hoje, a vida, o renascimento. Carreguemos os brancos lírios da purificação, para trás deixemos os espinhos do sofrimento, superando as aparências e nos entregando firmemente ao amor. Dessa forma, alcançaremos a mudança na consciência, desvelando o mundo de sombras do inconsciente que nos submeteu aos descaminhos e nos afastou de nossa real identidade.
Em uma semana que se iniciou com os ramos da aceitação da mensagem verdadeira de Cristo e se finda com os lírios que retratam o branco da purificação e a divindade do Filho de Deus, não podemos deixar que nenhuma manifestação sombria da crucificação interfira na caminhada até o propósito da aceitação da verdade.
Páscoa é paz, não dor. O Cristo redivivo significa o perdão do Filho de Deus, a remissão dos que compreendem que seguindo os passos do Mestre transcenderemos nossa ignorância inconsciente para nos unirmos à essência de que somos feitos.
Uma boa, linda e feliz Páscoa.
Que o amor possa renascer em nosso ser e brilhar alto.
José Batista de Carvalho
*com informações Wikipedia
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