
A vida é feita de lições e aprendizados.
Esta é uma história que conta sobre o abraço em Jesus. Ela é muito apropriada para este nosso tempo. Vivemos tempos difíceis, dias de testemunho, horas de afirmar a fé na divina providência, acreditando que nada ocorre por acaso. Tudo é ensinamento, e só os orgulhosos não conseguem ver a lição, acreditam que não precisam mais aprender, que as provas são apenas para os outros.
A humildade nos ensina que cada pequeno tropeço nos trará uma grande lição. Que as esperas e os desvios que se apresentam na vida melhorarão os nossos corações e nos farão mais humanos, mais sensíveis e, principalmente, mais humildes.
É preciso saber que o tempo de Deus é a régua que nos mede nesta Terra. Que é preciso paciência e resignação para ler nos outros as lições que precisamos aprender para eliminar os vícios que insistimos em manter em nós. E também para observar neles as virtudes que precisamos desenvolver para nos tornarmos brandos e pacíficos e, assim, seguirmos nossos caminhos sendo, a cada passo, um aluno melhor.
Jesus nos deixou as lições, mas relutamos em aprender.
Jesus nos mostrou os caminhos, e ainda hoje, muito tempo depois, pouco aprendemos sobre como iniciar essa jornada.
Mas precisamos ter fé nas palavras do Mestre, que nos ensinou que podemos mover montanhas ao ter amor pelo próximo, sobretudo nestes momentos de grave crise. Quero agora rogar não só pelos doentes e pelos que estão nos hospitais, mas temos também uma grave pandemia de desempregados, muitas geladeiras vazias, muitas pessoas que perderam o seu teto.
Portanto, coloquemos o amor em ação, transformando-o em caridade, santa emoção, sentimento divino que resgatará muitos dos atingidos por essa pandemia.
Muito precisa ser feito, muito precisará ainda ser feito, pois o estrago é grande e demorará para ser restaurado.
São Francisco e o abraço em Jesus.
São Francisco de Assis, o pobre de Deus, certa vez caminhava por uma pequena estrada em uma montanha e começou ouvir, ao longe, um sino badalando. Ele reconheceu aquele som. Era o sino que, no século XII – época em que viveu São Francisco – os leprosos eram obrigados a usar no pescoço para avisar que estavam por perto e, assim, possibilitar às pessoas fugirem, se afastarem deles.
Francisco identificou o sino, sabia o que representava aquele sinal, assim como também sabia que a lepra não tinha cura naquela época. O primeiro impulso de Francisco foi de se afastar, de fugir, mas ele sentiu um impulso maior dentro de si e seguiu na direção do sino que badalava.
Ao se aproximar do som que costumava afugentar a todos, Francisco observa uma figura andrajosa se arrastando pela estrada. Tomado de amor, apressa o passo e vai na direção daquele leproso para ampará-lo e o abraça, pois o pobrezinho de Deus não tinha nada para dividir com o leproso, apenas compaixão.
Para a surpresa de Francisco, ao abraçar o leproso ele percebe que era o próprio Cristo que ali estava. E, sorrindo, Jesus assim fala a Francisco:
– Francisco, era só isso que eu precisava.
E então Francisco cai em pranto, emocionado ao reconhecer a figura do mestre à sua frente.
São Francisco, com aqueles passos na direção do pobre leproso, conseguiu vencer as sua última dificuldade, que era o medo de ficar doente.
Como Francisco, vamos vencer as nossas barreiras e nos aproximar daqueles que precisam de nossa ajuda, do amparo, da palavra amiga que encoraja e que consola.
José Batista de Carvalho
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