
Conheça alguns fatos da vida da Virgem Maria.
O Novo Testamento começa o relato da vida da Virgem Maria com a Anunciação. Esse evento ficou assim conhecido por retratar o momento em que o anjo Gabriel apareceu a ela anunciando que Deus a escolheu para ser a mãe de Jesus, o Salvador prometido.
Mas o Proto-Evangelho de Tiago, ou Livro de Tiago, narra a história da família e do nascimento de Maria. Esse é um livro apócrifo, como são chamados os livros cuja autoria ou autenticidade são duvidosos e, portanto, não reconhecidos pela Igreja. Por isso, eles não entram no cânon da Bíblia, o conjunto de textos considerados sagrados.
Os livros canônicos são considerados como a Palavra de Deus inspirada aos homens. Entretanto, os textos apócrifos são estudados atualmente pelos teólogos porque a sua narrativa ajuda a revelar fatos e curiosidades a respeito dos primórdios do cristianismo, retratando fatos históricos.
Maria de Nazaré viveu na Galileia, em Israel, no final do século I a.C. e início do século I d.C.. Os seus pais eram já idosos, e ficaram depois conhecidos como São Joaquim e Santa Ana.
Ela é chamada também de Virgem Maria, de Santíssima Virgem, de Nossa Senhora e de Mãe Santíssima, por ter sido, como consta nos livros sagrados, a mãe de Jesus, concebido através da intervenção divina.
Assim começa a vida da Virgem Maria.
O Livro de Tiago conta que havia em Israel um homem riquíssimo, chamado Joaquim, casado há muitos anos com Ana. O casal era infeliz por não conseguir ter filhos e, de fato, era o único no povoado que não tivera descendentes. Esse fato era percebido pela cultura judaica como um castigo de Deus.
Joaquim lembrou-se, então, que o Senhor dera ao patriarca Abraão, em seus últimos anos de vida, um filho: Isaac. Assim, decidiu retirar-se para o deserto e jejuar e ficar em oração por 40 dias e 40 noites, pedindo a intervenção divina.
Certo dia, Ana estava muito triste, chorava a ausência de seu marido e lamentava a sua infertilidade, dirigindo-se ao Senhor. Pouco depois, um anjo apareceu a Ana e disse-lhe:
– “Ana, Ana! O Senhor ouviu as tuas preces. Eis que conceberás e darás à luz. Da tua família se falará por todo o mundo.”
Ana assim respondeu ao emissário celeste:
– “Glória ao Senhor, meu Deus! Se me for dado menino ou menina, fruto de Sua bênção, ofertá-lo-ei ao Senhor e a Seu serviço estará por todos os dias de sua vida.”
Em seguida, chegaram dois mensageiros, trazendo um recado para ela. Contaram-lhe que Joaquim estava voltando, pois um anjo fora até ele e lhe dissera:
– “Joaquim, o Senhor ouviu as tuas preces. Ana, tua mulher, conceberá em seu ventre.”
A infância da pequena Maria.
Então, passados nove meses, nasceu a menina que recebeu o nome de Maria. Segundo a tradição católica, estima-se que a Virgem teria nascido a 8 de setembro, data em que a Igreja festeja a sua Natividade.
Ana construiu um santuário no quarto de sua filha para que ela se mantivesse pura e chamava apenas meninas virgens para brincar com ela. E quando ela completou o seu primeiro ano de vida, Joaquim convidou os sacerdotes, os escribas, o Sinédrio e todo o povo de Israel para um banquete.
Ao apresentar a menina aos sacerdotes, estes a abençoaram dizendo:
– “Ó Deus de nossos pais: bendiz esta menina e que seu nome seja glorioso e eterno por todas as gerações.”
Quando Maria completou três anos, Joaquim disse para a sua mulher, Ana:
– “Vamos levá-la ao Templo do Senhor para cumprirmos a promessa que fizemos.”
Eles então chamaram uma comitiva de donzelas virgens para acompanharem Maria e que, duas a duas, levariam uma lâmpada acesa para que a menina não olhasse para trás e seu coração se prendesse por algo, desviando-a do Templo de Deus.
Chegando ao Templo, o sacerdote a recebeu, beijou-a, abençoou-a e lhe disse:
– “O Senhor engrandeceu o teu nome diante de todas as gerações. No final dos tempos, manifestará em ti Sua redenção aos filhos de Israel.”
A pequena Maria logo se tornaria mulher.
Quando Maria completou doze anos de idade, os sacerdotes se reuniram e disseram ao sumo sacerdote, Zacarias, para orar por ela, para que o Senhor lhe revelasse o que deveriam fazer, pois logo começaria a sua idade fértil, ela deixaria de ser criança e se tornaria mulher.
Zacarias, então, ouviu um anjo lhe dizer para convocar todos os homens em condição de se casarem. Aquele a quem o Senhor mostrasse um sinal, este seria o esposo de Maria.
José estava entre os homens convocados, e ao final das orações, uma pomba branca sobrevoou a sua cabeça, indicando que ele era o escolhido para desposar Maria. Mas José respondeu:
– “Tenho filhos e já estou avançado na idade. Ela, porém, ainda é uma menina. Não quero ser zombado pelos filhos de Israel.”
Entretanto, o sacerdote argumentou que José devia obedecer as determinações do Senhor para que não fosse por Ele castigado.
José, então, levou Maria para a sua casa e lhe falou:
– “Tomei-te do Templo e deixo-te agora na minha casa, mas prosseguirei as minhas obras. Voltarei em breve, mas o Senhor te protegerá.”
A Anunciação e a Visitação.
Um dia, estando entretida em suas tarefas, Maria ouviu uma voz que lhe dizia:
– “Salve, cheia de graça! O Senhor está contigo, bendita és entre as mulheres.”
Era Gabriel, um anjo do Senhor que apareceu à sua frente e a acalmou, dizendo:
– “Não temas, ó Maria! Alcançaste graça diante do Senhor Todo-Poderoso e conceberás por Sua graça. A graça do Senhor te cobrirá com Sua sombra e o santo fruto que nascerá de ti será chamado Filho do Altíssimo. Deverás chamá-lo ‘Jesus’, porque Ele salvará seu povo das iniquidades.”
Em seguida, compreendendo a sua missão, Maria respondeu ao anjo:
– “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim conforme a Sua palavra.”
Maria foi então até a casa de Isabel, sua parente, que estava grávida daquele que seria João Batista. Lá ficou por três meses, e começou a perceber que seu ventre crescia. Preocupada, voltou para casa.
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José retorna a casa e um anjo lhe confirma a virgindade de Maria.
Maria tinha a idade de 16 anos e quando chegou ao sexto mês de gravidez e José retornou de suas obras. Ao ver que ela estava grávida ele se abalou profundamente, por não ter vigiado e cuidado adequadamente da menina que lhe fora entregue no Templo do Senhor.
À noite, um anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: – “Não se preocupe com esta menina. O que ela traz em seu ventre é devido ao Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e colocar-lhe-ás o nome de ‘Jesus’, porque Ele salvará seu povo do pecado.”
José, então, compreendeu que foi escolhido para fazer parte da vida da Virgem Maria e da tarefa a ambos destinada de trazer ao mundo aquele que seria o responsável por uma grande transformação da sociedade, e dedicou-se a cuidar e proteger a sua Sagrada Família.
Noemi C. Carvalho