
Por que o espírito vai para o umbral?
O umbral é o lugar para onde vai a maior parte das pessoas depois da morte. Ali os espíritos desencarnados ficam por tempo indeterminado, pois é onde têm a oportunidade de se redimir de suas falhas e de suas omissões durante a vida física. Em seguida, eles conseguem sair dessa região para os planos superiores da espiritualidade.
São diversos os motivos que levam os espíritos desencarnados a passarem pelo umbral. Mas não são só aqueles que praticam crimes contra a vida alheia, atos de maldade e violência que ficam por lá.
Até mesmo aquilo que consideramos na Terra como pequenas desavenças e deslizes que podem ser justificados, em seguida ao retorno ao plano espiritual se transformam num fardo, num peso na consciência que nos prende a essa região.
O próprio André Luiz, autor do livro ‘Nosso Lar’, psicografado por Chico Xavier, conta que tinha uma vida considerada “normal” para os padrões da época.
Ele era médico, tinha família e filhos, mas deixava em segundo plano a família. Além disso, não atendia aqueles que não podiam pagar, nem dava o apoio moral aos necessitados pelas dores da alma. Mas abusava dos vícios do álcool e do fumo.
Ele morreu por causa dos abusos que praticou contra o corpo físico, o que lhe conferiu o título de suicida por parte dos outros habitantes do umbral. E isso o levou a viver um estado de intenso sofrimento durante muitos anos, como ele mesmo relata. Nessa região, todas as nossas mazelas emocionais ficam expostas e visíveis a todos os que lá se encontram, mesmo quando nós mesmos não conseguimos reconhecê-las.
O espírito que está retido no umbral lá permanece até sentir o arrependimento sincero por suas ações passadas. Assim, ao reconhecer as suas ações menos dignas e se penitenciar com a sua própria consciência, ele pode se libertar daquela região de sofrimento.
Dessa forma, quando eleva a sua vibração, o espírito pode perceber a presença de outros espíritos de planos superiores. Antes ele não percebia essa presença porque não havia a afinidade necessária. Nas regiões espirituais, assim como na Terra, nós nos ligamos pelo pensamento àqueles que nos são semelhantes.
Portanto, é natural que enquanto o espírito alimenta pensamentos sombrios de revolta, de vingança, de ódio e outros que tais, ele se ligue à densa região do umbral. Afinal, é lá que as vibrações mentais por ele emitidas encontram afinidade e energia similar.
Mas quando modifica as suas emanações mentais, ele reconhece a sua condição e abriga pensamentos de humildade. Nesse momento, então, o seu pedido por auxílio pode ser atendido pelos benfeitores. Estes conseguem, assim, ajudar o espírito redimido a alcançar um dos postos de socorro espiritual onde ele receberá o tratamento necessário à sua recuperação.
Em seguida, com as forças refeitas, o espírito desencarnado participa de grupos de trabalho e de estudos, preparando-se para melhor aproveitar a próxima reencarnação. Ele terá, então, a oportunidade de colocar em prática os novos aprendizados.
O trabalho das equipes socorristas do umbral.
No plano espiritual existem vários postos de socorro que atendem a região do umbral. Eles são habitados por espíritos mais evoluídos que procuram socorrer aqueles que já se encontram em condições de resgate.
As equipes socorristas saem em caravanas diariamente, procurando espíritos que possam ser atendidos e encaminhados às estações de socorro que ficam localizadas no próprio umbral.
Em seguida, são levados para hospitais em colônias espirituais superiores onde serão tratados e preparados para as novas encarnações. É o caso da colônia ‘Nosso Lar’, cujas atividades são descritas por André Luiz no livro de mesmo nome.
O trabalho de auxílio prestado pelos socorristas é muito criterioso. Não podem ser admitidos nas colônias aqueles que querem somente ludibriar, mostrando, assim, um falso arrependimento.
E o mesmo vale para aqueles que não conseguiram ainda se compenetrar de suas responsabilidades perante a dádiva da vida e do necessário caminho de melhorias e avanços na esfera espiritual.
O que podemos fazer para sair logo do umbral.
Os mensageiros da espiritualidade reforçam constantemente a necessidade de, ainda na existência terrena, perdoar, não guardando mágoa e rancor. Além disso, não praticar atos que possam prejudicar os outros, observando as condutas morais de respeito ao próximo. E manter, a todo momento, a vibração elevada e a sintonia com o plano espiritual superior.
Além disso, é aconselhável buscar sempre aprimorar o autoconhecimento. Para isso, é preciso manter constante estudo para o conhecimento mais aprofundado sobre a nossa condição de seres espirituais.
Dessa forma, compreendemos o papel relevante de nossos pensamentos não só para as conquistas materiais, mas como ferramenta de construção tanto de nossa vida presente como da vida futura, depois do retorno ao plano espiritual.
Assim, ainda que passemos pelo umbral, certamente a nossa estada não será tão longa nem tão sofrida, uma vez que esses fatores são estreitamente ligados às nossas ações enquanto espíritos encarnados e às consequências que elas acarretam.
Vale lembrar que não existe castigo ou punição na vida após a morte, mas a necessidade do despertar da consciência para as falhas cometidas nas relações com os outros seres.
A evolução espiritual é um caminho que percorremos passo a passo. O autoconhecimento é um processo de descoberta de nosso ser interior, de reconhecimento de nossos estados emocionais, de aprendizado para a condução de nosso poder mental.
E cada reencarnação é a oportunidade de nos redimirmos de falhas em encarnações anteriores, é a prova prática do que aprendemos em teoria no plano espiritual.
Noemi C. Carvalho
Referências
– “Nosso Lar” – por André Luiz, psicografado por Chico Xavier
– Espiritismo da Alma
– Mensagem Espírita
– Folha Espírita
Agradeço pela existência desse artigo, muito elucidativo para quem está iniciando a compreensão no tema…
Muito Bom esse artigo… Muito Esclarecedor…Gostei muito… Muito Obrigada e Muita Luz e Paz nos corações
Muito bom o aprendizado de grande valia.
Amei o artigo muito obrigada e gratificante o aprendizado