
“Na morte o homem acaba, e a alma começa.”
Victor Hugo deixou textos inéditos² que, por sua vontade, somente foram publicados após a sua morte. Um deles fala do homem e da imortalidade da alma, da vida que continua após a morte, e se traduz mais ou menos nas seguintes palavras:
“A morte não é o fim de tudo. Ela não é senão o fim de uma coisa e o começo de outra. Na morte o homem acaba, e a alma começa.
Que digam esses que atravessam a hora fúnebre, a última alegria, a primeira do luto. Digam se não é verdade que ainda há ali alguém, e que não acabou tudo?
Eu sou uma alma. Bem sinto que o que darei ao túmulo não é o meu eu, o meu ser. O que constitui o meu eu, irá além.
O homem é um prisioneiro. O prisioneiro escala penosamente os muros da sua masmorra, coloca o pé em todas as saliências e sobe até ao respiradouro. Aí, olha, distingue ao longe a campina, aspira o ar livre, vê a luz.
Assim é o homem. O prisioneiro não duvida que encontrará a claridade do dia, a liberdade. Como pode o homem duvidar se vai encontrar a eternidade à sua saída? Por que não possuirá ele um corpo sutil, etéreo, de que o nosso corpo humano não pode ser senão um esboço grosseiro?
A alma tem sede do absoluto e o absoluto não é deste mundo. É por demais pesado para esta Terra. O mundo luminoso é o mundo invisível. O mundo do luminoso é o que não vemos. Os nossos olhos carnais só veem a noite.
A morte é uma mudança de vestimenta. A alma, que estava vestida de sombra, vai ser vestida de luz. Na morte o homem fica sendo imortal. A vida é o poder que tem o corpo de manter a alma sobre a Terra, pelo peso que faz nela.
A morte é uma continuação. Para além das sombras, estende-se o brilho da eternidade. As almas passam de uma esfera para outra, tornam-se cada vez mais luz, aproximam-se cada vez mais e mais de Deus. O ponto de reunião é no infinito.
Aquele que dorme e desperta, desperta e vê que é homem. Aquele que é vivo e morre, desperta e vê que é Espírito.”
Victor Hugo
Um dos maiores nomes da literatura, Victor Hugo tinha forte crença na vida após a morte.
Victor Hugo¹ nasceu na França no princípio do século XIX, em 1802 e destacou-se como romancista, poeta, dramaturgo, estadista e ativista pelos direitos humanos.
‘O Corcunda de Notre Dame’ é considerado seu maior romance histórico, onde ele narra a história de amor de Quasimodo, o sineiro da catedral, pela bailarina cigana Esmeralda, ambientado na Paris medieval. O clássico da literatura ‘Os Miseráveis’ também de sua autoria, descreve a pobreza e a injustiça social na França no século XIX.
Victor Hugo interessou-se pelo espiritismo depois da morte da sua filha, Leopoldina, tendo participado de várias reuniões de observação das mesas girantes. Em muitas de suas obras, tanto em prosa como em poesia, o escritor manifestou sua forte crença na vida após a morte.
No final de seu testamento, o escritor escreveu: “Deixo cinquenta mil francos aos pobres. Desejo ser levado para o cemitério na sua carreta. Recuso a oração de qualquer igreja; peço uma oração a todas as almas. Creio em Deus. Victor Hugo.”
Quando ele morreu, em 22 de maio de 1885, foi velado por vários dias sob o Arco do Triunfo, e estima-se que ao menos um milhão de pessoas foram lhe prestar uma última homenagem.
Referências
1 – Wikipedia
2 – Momento Espírita (do livro ‘Victor Hugo e seus fantasmas’, de Eduardo Carvalho Monteiro)
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