
A obsessão que não vem de fora.
A obsessão é uma intrincada relação espiritual que pode trazer vários problemas, criar muitos aborrecimentos, perturbar relacionamentos e até mesmo prejudicar a saúde. Mas você sabia que esses podem ser efeitos da chamada auto-obsessão?
Este fenômeno é explicado por Hammed¹ da seguinte forma: “A influência obsessiva da alma sobre si mesma denomina-se ‘auto-obsessão’. A criatura passa a ser ‘a opressora de si própria’; há um verdadeiro ‘campo de batalha’ em seu mundo interior, provocando alterações de comportamento físico, emocional e mental.
Geralmente, a auto-obsessão vem acompanhada de sentimentos de culpa, de autocensura, de recriminação, de complexos de inferioridade e de irresponsabilidade pelo próprio destino.”
Hammed explica, também que a desarmonia interior atrai, como um ímã, forças negativas e destrutivas que se instalam no âmago, anuviando assim a atmosfera psíquica. Desta forma, ele continua,“os auto-obsidiados sentem-se tratados de forma injusta pela vida, ressaltando negativamente o modo de ser das pessoas, das coisas e de si mesmos.
São facilmente influenciados e se asfixiam constantemente com as ‘sujeiras do mundo’. Por terem uma aura de negatividade, atraem ‘larvas astrais’ que desarranjam o reino interior.”
Como se manifesta a auto-obsessão e como ela pode ser percebida.
Durante os nossos dias é claro que temos aqueles bons, que rendem boas ideias e muitas tarefas realizadas. Por outro lado, temos outros que ficam muito abaixo da expectativa que tínhamos logo ao acordar.
Mas quando as complicações são constantes e os dias ruins são mais frequentes do que gostaríamos, pode ser que estejamos passando por esse processo obsessivo, sem nos darmos conta disso.
“Aquele que se encontra em auto-obsessão experimenta um modo de viver complicado ou embaraçado. Tem dificuldade de analisar, discernir e sentir a vida tal como ela é, pois lhe falta a ‘visão sistêmica’ da existência humana. Ele carece da síntese das experiências vividas, pois seu pensamento analítico fica obstruído.”, esclarece Hammed.
E continua alertando que a auto-obsessão é estreitamente relacionada ao que ele chama de “processos de elaboração do mundo íntimo”. Daí vem a importância da conscientização de nossos processos mentais e emocionais. Quanto mais nos demoramos enfurnados em emoções tóxicas e destrutivas mais atraímos energias que influenciam negativamente nosso bem-estar.
E quanto mais nos ligamos, portanto, a sentimentos de “mágoa, culpa, crítica, baixa estima, ilusão, dependência e outras tantas “dores da alma”, mais estaremos semeando farpas magnéticas no campo emotivo e intoxicando, por conta própria, a nossa atividade mental”, diz Hammed.
Como se libertar da auto-obsessão.
A maneira de evitar essas emoções que só nos trazem desarmonia é através do autoconhecimento, pois podemos transformar emoções e pensamentos na medida em que passamos a observá-los de um modo imparcial. Assim, conhecendo suas formas de expressão, podemos direcioná-los de modo que, além de não nos prejudicar, também nos tragam benefícios.
Segundo Hammed, “para nos libertarmos das prisões da auto-obsessão, é necessário exercitarmos a auto-observação e aprendermos a testemunhar nossos próprios pensamentos, emoções, atos e atitudes.
Mais ainda, é preciso desenvolvermos uma visão interior que não acusa nem julga, mas unicamente observa, de maneira imparcial e objetiva, permitindo-nos conhecer a verdade tal como é.
Além disso, é imprescindível aquietarmo-nos numa aceitação serena e honesta, admitindo o que somos e o que sentimos, sem jamais nos condenarmos ou punirmos.”
O autoconhecimento é o melhor caminho para combater a auto-obsessão.
“A auto-aceitação nos facilita a conscientização de nossos desacertos e de nossa ignorância e, se essa conscientização for progressiva e constante, aí então descobriremos dentro de nós as fontes que nos perturbam a existência.”, continua Hammed.
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“Assumindo a responsabilidade total por nosso desequilíbrio, não passamos mais a ‘atribuir à ação direta dos Espíritos todas as nossas contrariedades, que, em geral, são consequência da nossa própria incúria ou imprevidência’, nem tampouco a lançar culpa nos outros – na família, nas pessoas com quem convivemos, nas existências do passado ou nas regras injustas da sociedade.
A rigor, aqui está o início da cura de toda auto-obsessão.”
Ainda que o caminho do autoconhecimento possa por vezes ser árduo e parecer desencorajador, é evidente que é um esforço que vale a pena. Isto porque os benefícios que começam a se manifestar como serenidade, confiança, bem-estar, uma mente clara e um espírito forte afastam toda a negatividade, seja de origem interna ou externa.
Noemi C. Carvalho
1 – Hammed, em “A imensidão dos sentidos”, psicografado por Francisco do Espírito Santo Neto