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Em nova mensagem, Dalai Lama fala da pandemia do coronavírus

foto do ritual comemorativo do vesak com a estatua de buda sob uma figueira e vários monges em posição de lótus às margens de um rio com inúmeras luminárias dispostas ao derredor para ilustrar pandemia mensagem Dalai Lama

Dalai Lama e as recomendações diante da atual situação.

Em mensagem do dia 07 de Maio, celebrando o Vesak – data em que se celebra o aniversário de Buda, bem como sua iluminação e morte – Dalai Lama faz referência à atual situação vivenciada mundialmente em função da pandemia do novo coronavírus.

Sua Santidade fala da importância da união, do serviço aos semelhantes e da compaixão, sobretudo neste momento crucial que vive grande parte da população mundial.

A covid-19 ainda traz muito sofrimento para quem é acometido pela doença e pelas mortes ocasionadas. E os efeitos das quarentenas necessárias para preservar a vida ainda serão sentidos, ainda que surjam vacinas e medicamentos, em função dos problemas econômicos desencadeados. Além disso, para as populações mais carentes e vulneráveis, o futuro vai ser uma ainda mais dramática questão de sobrevivência.

Por isso a mensagem de Dalai Lama enfatiza a necessidade da união a favor da dedicação ao próximo, atitude fundamental para uma recuperação global vencendo a pandemia do coronavírus.

Sociólogos, ambientalistas, engenheiros, economistas, religiosos, todos são unânimes em afirmar que é chegado o momento do desprendimento do materialismo, de reduzir o ímpeto do consumismo, atitudes que afetam o equilíbrio não só do meio ambiente mas das sociedades. O trabalho mal remunerado, a indiferença, a falta de interesse e planejamento para proporcionar meios de estudo e trabalho, dignificando a vida, são práticas recorrentes encontradas na história da civilização. Isso não significa, entretanto, que elas não podem ser modificadas.

A pandemia do novo coronavírus que estamos vivendo em nosso dia a dia será estudada, certamente, nos bancos escolares (ou nas telas educacionais domiciliares) como um período sem precedentes. E o que ficará registrado na posteridade vai depender das atitudes tomadas hoje.

Permita Deus que, dessa avalanche de dor e sofrimento, palavras como civilidade, humanidade, respeito, oportunidade, igualdade e fraternidade não fiquem soterradas, para que o mundo consiga emergir dessa catástrofe mais digno e mais feliz.

Noemi C. Carvalho

Leia a nova mensagem de Dalai Lama sobre a pandemia do coronavírus.

“O Buda Shakyamuni¹ nasceu em Lumbini, alcançou a iluminação em Bodhgaya e faleceu em Kushinagar 2600 anos atrás, mas acredito que seu ensino é universal e continua a ser relevante hoje.

Movido por um profundo sentimento de preocupação em ajudar os outros, após sua iluminação, o Buda passou o resto de sua vida como monge, compartilhando sua experiência com todos que desejavam ouvir. Tanto sua visão da originação dependente² como o conselho de não prejudicar ninguém, mas ajudar quem puder, enfatizam a prática da não-violência.

Esta continua sendo uma das forças mais poderosas para o bem no mundo hoje, pois a não-violência, motivada pela compaixão, é servir aos nossos semelhantes.

É preciso desenvolver as qualidades e também colocá-las em prática.

Em um mundo cada vez mais interdependente, nosso próprio bem-estar e felicidade dependem de muitas outras pessoas. Hoje, os desafios que enfrentamos exigem que aceitemos a unidade da humanidade. Apesar das diferenças superficiais entre nós, as pessoas são iguais em seu desejo básico de paz e felicidade.

Parte da prática budista envolve treinar nossas mentes através da meditação. Para que nosso treinamento seja eficaz e acalme nossas mentes, desenvolvendo qualidades como amor, compaixão, generosidade e paciência, precisamos colocá-las em prática no dia-a-dia.

Até recentemente, as diversas comunidades budistas do mundo tinham apenas uma compreensão distante da existência uma da outra e nenhuma oportunidade de apreciar o quanto compartilhamos em comum.

Hoje, quase todas as tradições budistas que evoluíram em diferentes países são acessíveis a qualquer pessoa interessada. Além disso, aqueles de nós que praticam e ensinam essas várias tradições budistas agora são capazes de conhecer e aprender uns com os outros.

Ciência e espiritualidade devem se complementar.

Como monge budista tibetano, considero-me um herdeiro da tradição Nalanda. A maneira como o budismo foi ensinado e estudado na Universidade de Nalanda, enraizado na razão e na lógica, representa o auge de seu desenvolvimento na Índia. Se quisermos ser budistas do século XXI, é importante, então, que nos envolvamos no estudo e análise dos ensinamentos de Buda, como muitos fizeram em outras épocas, em vez de simplesmente confiar na fé.

O mundo mudou substancialmente desde a época do Buda. A ciência moderna desenvolveu um entendimento sofisticado do domínio físico. A ciência budista, por outro lado, alcançou uma compreensão detalhada em primeira pessoa do funcionamento da mente e das emoções, áreas ainda relativamente novas para a ciência moderna.

Cada uma tem, portanto, um conhecimento crucial que complementa a outra. Acredito que a combinação dessas duas abordagens tem um grande potencial para levar a descobertas que enriquecerão nosso bem-estar físico, emocional e social.

A família humana deve se unir num esforço global.

Enquanto nós, budistas, defendemos os ensinamentos do Buda, sua mensagem é relevante em nossa interação mais ampla com o resto da humanidade. Precisamos promover a compreensão inter-religiosa, destacando o fato de que todas as religiões promovem a felicidade de todas as pessoas.

Além disso, em um momento em que o mundo enfrenta uma grave crise, quando enfrentamos ameaças à nossa saúde e nos sentimos tristes com familiares e amigos que perdemos, devemos nos concentrar no que nos une como membros de uma família humana.

Dessa forma, precisamos nos aproximar com compaixão, pois é somente reunindo-nos em um esforço coordenado e global que superaremos os desafios sem precedentes que enfrentamos.

Dalai Lama

fonte: Dalai Lama

1 – Sidarta Gautama foi o fundador do budismo, conhecido como Buda ou Buddha (“desperto”, “iluminado”) e também como Shakyamuni (“sábio do clã dos Shakyas”)

2 – originação dependente – afirma que todos os fenômenos são o resultado da existência mutuamente dependente.

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