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imagem da capela sistina no vaticano Deus criando sol e lua Deus mandou pandemia

Foi Deus quem mandou essa pandemia?

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Deus não mandou a pandemia do coronavírus, Ele a permitiu.

Mais um dia em meio às novas situações que vivemos nesses tempos de coronavírus. O vermelho do semáforo me faz parar, aproveito e ligo o rádio. … “a pandemia fez com que todo mundo tivesse necessariamente que parar. A grande pergunta é?  Deus mandou essa pandemia?” Confesso que esta é uma pergunta que pode até mexer com algumas convicções não muito firmes.

O apresentador da rádio, então, nomeou a voz firme e bela que estava falando como sendo o Padre Reginaldo Manzotti, que logo respondeu à pergunta retórica.

“Deus não mandou a pandemia, Deus permitiu, é uma diferença, porque Deus é sumamente bom, então daquilo que é sumamente bom não vem o mal…”

Ajeitei a sintonia, aumentei um pouco o som, e logo veio o complemento: “…mas Deus permitiu, e no início todos nós achávamos que seria muito rápido que passaria rápido e não passou.

Nós estamos há mais de quatro meses, e depois do medo agora vem o pânico, vem o receio da pessoa ser contaminada e além disso o receio da insegurança econômica, do que vai ser. Então eu tenho percebido que as pessoas passaram do medo, agora para uma depressão, para uma intolerância muito grande.

O sofrimento leva à busca da essência.

Realmente estamos vivendo como se estivéssemos em uma guerra, ânimos acirrados alimentando inúmeras polarizações que cada dia mais erguem muros delimitando oportunidades de união.

Isso mesmo, escuto no rádio constantemente, muita agressividade, são todos sentimentos que o ser humano está tendo que lidar. Eu sinceramente não sei se passada a pandemia nós teremos aprendido a grande lição, ou as lições que a pandemia tem nos dado, como por exemplo essa consciência de casa comum. Não basta eu estar bem, o outro tem que estar bem para que eu esteja bem. Foi preciso um vírus para se fazer esse tipo de reflexão.

É, parece que este vírus se espalhou para ver como cada um de nós agiria, que escolhas faríamos frente às situações que surgiram. Será, então, que estamos fazendo um bom uso do nosso livre-arbítrio, ou ainda acreditamos que somos movidos pelos misteriosos fios do destino como marionetes perdidas?

Uma das grandes dádivas de Deus foi nos fazer com o livre-arbítrio e nos deixar por nossa própria conta, porque o livre arbítrio é neutro ele não é ruim nem bom, tudo depende das escolhas que cada um faz. Nós não somos, de fato, marionetes na mão de Deus, e Deus é capaz de suportar até os nossos próprios erros.

Nesse contexto nós estamos vendo tragédia em cima de tragédia, a própria tragédia que é o coronavírus e a pandemia, e pessoas ainda usando esse momento para superfaturar respiradores, superfaturar remédios, o que mostra que o ser humano é cabeça dura, o bicho teimoso que não aprende as lições. Mas do outro lado, é natural, eu percebo o aumento gradativo de pessoas numa busca de Deus.   

Nos momentos difíceis, seja na peste, na guerra, na fome, o ser humano acaba indo para sua essência, aquilo que é essencial e de repente a gente percebeu que viagem não é mais essencial, percebemos que todo mundo teve que voltar para a família, ela sim essencial. Voltar para aquilo que é essencial, que é  viver.

O caminho para a verdadeira felicidade não passa pelo mundo de ilusão.

Como o senhor falou, vivemos um momento onde as pessoas estão com muito ódio no coração, discórdia e agressões constante nas redes sociais, mas por que a maioria vive neste ódio ao invés de procurar o amor?

“As pessoas, primeiro, não fazem experiência da misericórdia, no sentido de que você não se sente amado, mas no mundo nós não encontraremos o amor. Essa experiência é de Deus, Ele que pode fazer nos sentir que somos especiais, que nós somos amados por Deus.

Deus nos quer bem, e quando alguém não tem essa experiência de ter a consciência de que foi concebido por um Deus do amor, ela se torna medíocre. Torna-se assim a medida, o juiz do outro, isso é perigosíssimo.

Nós estamos vendo uma intolerância, uma polarização muito grande e isso é porque a pessoa não se tem nas mãos. Então eu julgo, eu condeno, e se possível eu queimo na fogueira. Mas na verdade isso é uma fuga de si mesmo, é fuga dos seus fantasmas e de seus demônios internos.

Eu acredito que temos que ter em nossa vida a sabedoria e a experiência de Deus, creio que a felicidade é ter essa experiência.

Por que existem relacionamentos que sofrem com a pandemia?

Muitos vivem iludidos pela satisfação que um carro, um telefone, roupas e os acessórios do consumismo possam proporcionar, mas quando aparece uma pandemia dessas, e tudo se modifica, aí vem a grande questão: “Mas é isso que a minha vida é?”

Então vem a constatação de que viver em busca da satisfação dos desejos é uma estrada sem fim. Só o amor e a sabedoria de Deus revelam o caminho.

… mas é um exercício que quem não faz pelo amor acaba fazendo pela dor. Eu sempre digo que há sempre o caminho de retorno, e há pessoas que vão ter que fazer pela dor, mas é melhor que seja pelo amor. Eu diria que a pandemia pode nos ensinar a sermos mais contemplativos, a contemplar nas pequenas coisas aquilo que realmente faz a felicidade de uma pessoa.

A pandemia pode nos dar lições maravilhosas. Quantas pessoas não diziam antes, “eu quero um tempo para a família”, tem gente que falava em “tirar um ano sabático”. Por bem ou por mal todos nós voltamos para família, mas isso foi um voltar só físico ou foi um voltar de coração?

É assustador, e eu digo como padre, perceber o que a pandemia fez aos casais: olha o índice de pessoas que estão pedindo divórcio, como refletir isso? Porque as pessoas eram ruins? Porque as pessoas não se conheciam? Ou será que deixaram de se conhecer?

A melhor maneira de agir frente a um inimigo.

Eu creio piamente que essa fome de Deus, essa sede de Deus, as pessoas começaram a perceber agora, começaram a se dar conta, mas nem todos infelizmente.

Realmente, pelo que vemos, pode até ser que muitos estejam sentindo essa vontade do Sagrado em suas vidas, mas também vemos muitos que evangelizam em causa própria, que escolhem para si as graças e deixam os castigos para os inimigos.

É, tem os cristãos que gostam de ler a bíblia com aquele famoso errorex, sabe, algumas coisas ele apaga porque não quer entender…

Então, o convívio com essas pessoas é sempre muito doloroso, elas se mostram gentis e solícitas, verdadeiros anjos dos céus, e você vai deixando elas tomarem espaço até o dia que você se percebe todo ferido e abandonado. O que fazer?

Eu entendo muito bem o que você está dizendo porque eu vivi muito isso esse ano, e digo para você, eu rezo pelos meus inimigos uma oração, a de São Bento: “A Cruz sagrada seja minha Luz. Não seja o Dragão meu guia. Retira-te Satanás. Nunca me aconselhes coisas vãs. É mal o que tu me ofereces. Bebe tu mesmo do teu veneno.” ².

A oração é aquela que nos protege. Eu diria que a oração, para mim, funciona como para me blindar e depois eu curo as minhas feridas, buscando na minha consciência, então a melhor forma é você estar em paz com Deus e consigo.

Os perigos da falsa humildade.

Precisamos nos proteger muito nestes tempos, e uma outra coisa que está causando transtornos nas relações entre as pessoas é a vaidade. Com as redes sociais a gente vê que tudo é vaidade, que tudo que as pessoas fazem é pela vaidade.

Vaidade de ter posses, de ter razão, estar em evidência, de ser mais famoso, mais rico, mais simpático, ter mais seguidores e por aí em diante, provocando atritos e desavenças.

Com certeza, como dizia o livro do Eclesiastes, “vaidade das vaidades, tudo é vaidade”, mas nós temos também, e eu tenho muito receio disso, a falsa humildade.

Ela é tão perigosa quanto a vaidade, Santa Teresa d’Ávila, uma doutora espanhola, alertava muito sobre o perigo da falsa humildade, que é aquela em que a gente se diminui para receber o mérito, então eu me faço de não capaz.

Eu acredito na humildade que vem de húmus, Filho da Terra, obra criada, então humilde não é aquele que se deprecia, ao contrário, é a valorização da obra de Deus em nós, e ter consciência dos seus talentos é um ato de amor a Deus. O humilde tem consciência das suas fraquezas e fragilidades e busca superá-las.

A inveja é tenebrosa, perigosíssima, tanto é que foi inveja a responsável pela sedução no paraíso, e nós temos que afugentá-la, por isso eu sempre digo: “Senhor, livre-me de ser invejoso, mas também livre-me dos invejosos.”

As orações são necessárias para proteger nossa vida de influências e ações destrutivas.

Muitas coisas estão acontecendo no mundo todo. Sem dúvida existe a devastação que o coronavírus está fazendo, e temos também tragédias ocorrendo todos os dias: atentados terroristas, incêndios, o meio ambiente sendo destruído a cada sacola plástica jogada na rua, a insegurança e o crime organizado, a pobreza e a fome…

É tanta coisa que vive nos roubando a vida que precisamos estar sempre orando e vigiando, para que não nos deixemos influenciar e atingir.

“Olha, eu sempre digo que as orações são necessárias, e o Credo dos Apóstolos³ é uma profissão de fé que eu creio em Deus pai todo-poderoso. Para quem não sabe, esta oração é uma profissão de fé que tem um poder libertador muito grande.

Eu diria que a oração seja ela qual for – o Pai Nosso, que é o ensinamento de Nosso Senhor, para os devotos de Nossa Senhora, a Ave Maria – a oração como tal, fórmula ou espontânea, ela nos leva a um diálogo amoroso com Deus. Isso é fundamental.

A pessoa que se conecta com Deus não deixa brechas. O grande problema nosso é como em uma casa: nós vamos deixando brechas, uma goteira aqui, uma rachadura ali. E como entra a umidade, se nós deixamos brechas no nosso pensamento, na nossa vida, se não selarmos com Deus essas brechas vão tomando conta, e assim o inimigo vai se apoderando da nossa vontade, dos nossos desejos.

Em meu programa de rádio ouço muitas pessoas, e infelizmente cada vez mais percebo como aumentou o índice de suicídio, relatos de pessoas que se mataram ou que estão com o pensamento suicida. Eu percebo uma mudança de comportamento, e eu sempre vou nesse caminho, qual a brecha que você está deixando na tua família? Qual a brecha na sua vida sexual? Na vida profissional? Que brecha você não fechou? E o inimigo vai, como a água, entrar nas frestas, o inimigo entra na nossa vida.

Tenha esperança, tudo vai passar.

Nossa, faz tempo que cheguei ao meu destino, e ainda assim continuei aqui no carro escutando esse padre. Que estranho, parece que era eu que estava conversando com ele, as respostas vinham como se fosse eu que perguntasse. Só falta agora ele deixar uma mensagem final e se despedir…

“Eu queria só dizer uma coisa a todos que estão acompanhando: a tempestade vai passar, a pandemia vai passar, que ninguém entre no desespero.

Tenha esperança e, quando passar, que nos encontre pessoas melhores do que quando entramos.

Que todo esse tempo nos faça buscar aquilo que realmente nos fortalece, nos faz seres humanos.”

Certamente, as palavras do Padre Manzotti nos deixam muitas oportunidades para refletir e decidir conscientemente as escolhas que faremos para a nossa vida.

José Batista de Carvalho

Texto desenvolvido livremente após ouvir a entrevista do Padre Reginaldo Manzotti ao programa Pânico da Rádio Jovem Pan.

Oração de São Bento

A Cruz Sagrada seja a minha luz, não seja o dragão meu guia.
Retira-te, Satanás!
Nunca me aconselhes coisas vãs.
É mal o que tu me ofereces, bebe tu mesmo o teu veneno!

Ó Glorioso São Bento, que sempre se mostrou compassivo com os necessitados, fazei que também nós, recorrendo à Vossa poderosa intercessão, obtenhamos auxílio em todas as nossas aflições.

Que em nossas famílias reine a paz e a tranquilidade, que se afastem todas as desgraças, sejam corporais, temporais ou espirituais, especialmente o pecado.

Alcançai São Bento, do Senhor Deus Onipotente, a graça que necessitamos:

(Peça a graça necessária)

São Bento dai-nos a graça de que, ao terminar nossa vida neste vale de lágrimas, possamos ir louvar a Deus convosco no Paraíso.
Rogai por nós, ó glorioso patriarca São Bento, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
São Bento, libertai-nos do mal!
São Bento, libertai-nos da inveja!
São Bento, libertai-nos do medo!
São Bento, libertai-nos do pecado!

Amém.

Credo dos Apóstolos

Creio em Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo;
nasceu da Virgem Maria;
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado;
desceu à mansão dos mortos;
ressuscitou ao terceiro dia;
subiu aos Céus;
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo;
na santa Igreja Católica;
na comunhão dos Santos;
na remissão dos pecados;
na ressurreição da carne;
e na vida eterna.

Amém.

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