
Do “per fumum” à aromaterapia.
A defumação é uma das práticas mais antigas aprendidas pelo homem, que descobriu os vários usos que as plantas aromáticas podiam ter para o seu benefício.
Como sabemos, a aromaterapia é a prática terapêutica que utiliza os óleos essenciais para cuidar das pessoas, dos animais, bem como dos ambientes.
Mas antes de receber esse nome, os óleos essenciais já eram conhecidos e muito utilizados, principalmente na perfumaria.
A palavra perfume deriva do latim “per fumum”, que significa “pela fumaça”.
E foi justamente pela fumaça que os nossos ancestrais começaram a perceber os aromas que se desprendiam das florestas em chamas.
O poder das plantas começou a ser usado através da defumação.
O homem primitivo sentiu os cheiros que algumas árvores com troncos odoríficos, como por exemplo, o cedro e o pinheiro, soltavam no ar.
Em seguida, quando aprendeu a dominar o fogo, descobriu que algumas plantas eram boas para acompanhar os alimentos cozidos. Além disso, ele também percebeu que, às vezes, a fumaça era agradável, ou dava uma sensação de sonolência, ou então de revigoramento.
A defumação foi uma das primeiras formas de tratamento com ervas, usada principalmente para afastar os maus espíritos. Usavam-se as plantas durante as comemorações como oferendas ao sol e à mãe terra.
Depois, de acordo com a observação dos efeitos das infusões sobre o corpo e a mente, o homem antigo foi atribuindo algum poder a elas.
Como resultado de suas descobertas, a arqueologia vem revelando a importância das plantas aromáticas nas práticas de magia e nas cerimônias religiosas desde a pré-história.
Desde as primeiras flores picadas e espalhadas no período Neolítico aos primeiros compostos de incensos encontrados nos túmulos chineses, a sofisticada arte das fragrâncias desenvolveu-se através dos tempos.
Esta arte foi muito importante na vida religiosa através dos preparados de unções e defumadores, bem como para o desenvolvimento da medicina em todas as civilizações antigas, gerando intensa atividade mercantil entre os povos.
José Batista de Carvalho