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Umbral: a loucura do mal

O que é o umbral?

Para o espiritismo, de forma geral, o umbral é um estado ou um lugar transitório por onde passa a maioria das pessoas depois da morte. Embora não tenham mais o corpo carnal, os espíritos experimentam sofrimentos morais e sensações de dor física.

Segundo as explicações constantes no livro ‘Nosso Lar’, de André Luiz, psicografado em 1944 por Chico Xavier, “o umbral começa na crosta terrestre. É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a atravessar as portas dos deveres sagrados, a fim de cumpri-los, demorando-se no vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos.”

Antes de reencarnar, nós assumimos compromissos para a nova vida no plano físico. Mas muitos deles acabam sendo substituídos pelo imediatismo das conquistas e das vantagens terrenas, muitas vezes não só reforçando, mas também dando origem a novos vícios.

E em seguida ao desencarne, quando se prende pelo pensamento às posses, aos títulos e às paixões doentias, o espírito desencarnado se mantém nessa região onde predominam aqueles “que só pensam em si próprios ou se comprazem em fazer o mal e que se unem por tendências e sintonia”, como define André Luiz.

Todas as mentes humanas se ligam pelos fios do pensamento.

André Luiz também explica que “é nessa zona que se estendem os fios invisíveis que ligam as mentes humanas entre si. O plano está repleto de desencarnados e de formas-pensamento dos encarnados, porque, em verdade, todo espírito, esteja onde estiver, é um núcleo irradiante de forças que criam, transformam ou destroem, exteriorizadas em vibrações que a ciência terrestre presentemente não pode compreender.

Quem pensa, está fazendo alguma coisa alhures. E é pelo pensamento que os homens encontram no umbral os companheiros que afinam com as tendências de cada um. Toda alma é um ímã poderoso. Há uma extensa humanidade invisível, que se segue à humanidade visível.”

Daí a exortação de Jesus quando nos diz “orai e vigiai”, pois o pensamento se propaga e une todos os espíritos – sejam encarnados ou desencarnados – pela similaridade de sua vibração, isto é, pela Lei Universal da Atração. É desta forma que também se explica como ocorrem os processos de obsessão espiritual.

Como é descrita essa região espiritual?

De acordo com as descrições fornecidas em livros mediúnicos, detalhadas por diferentes espíritos, de modo geral o umbral é retratado como um estado onde reina a confusão mental e onde se agrupam espíritos sofredores e também os obsessores.

Segundo vários relatos, suas características principais são de um lugar frio, cinzento, de atmosfera densa, tornando o ambiente pesado, escuro, com paisagens hostis. É nesse cenário, então, que vagam os espíritos, sofrendo, sentindo dores “físicas”, remoendo os rancores e as mágoas.

O espírito sente dores, é humilhado e torturado pelos espíritos levianos e cruéis que também lá se encontram. Sente também sede e fome, resquícios das impressões do corpo físico que habitava. E pode ainda muita vezes sentir a necrose do corpo físico que deixou na Terra.

Quem passa pelo umbral?

A maior parte das pessoas, ao morrer, ingressa no plano espiritual passando pelo umbral. Como explica André Luiz, “é uma região destinada ao esgotamento de resíduos mentais em um período posterior ao desencarne, que possibilita ao espírito entender o seu atual estado espiritual”.

Assim é que todo mundo que, com a morte do corpo físico, retorna ao plano espiritual mas carrega consigo sentimentos de raiva ou de mágoa, de revolta ou de angústia, de apego a posses e bens materiais precisa passar pelo umbral. Dessa forma é possível depurar as vibrações pesadas e negativas associadas a esse tipo de sentimentos e comportamentos.

O próprio André Luiz, relata em ‘Nosso Lar’ o seu tempo de permanência no umbral. Ele diz que só quando, enfim, conseguiu ir para a colônia espiritual que dá nome ao livro, entendeu porque ficou nessa região.

Foram as suas ações em vida – a arrogância, o descaso com a família, a vida extremamente materialista e desregrada – que o levaram a ficar por muito tempo no umbral, onde inclusive era a todo momento chamado de suicida.

André Luiz não compreendia o porquê desse fato, que somente entendeu quando teve a consciência das atitudes que causaram a degradação de seu corpo e a sua morte prematura, em virtudes das escolhas que ele fez na vida terrena.

Como são os habitantes da região umbralina?

Grande parte dos espíritos que transitam pelo umbral lá se encontram num estado de semi-inconsciência. Eles não atinam com o motivo de lá estarem e pedem por socorro.

Entretanto, aqueles que ainda mantêm uma forte ligação com as coisas materiais da Terra e com os desregramentos morais a que estavam habituados só conseguem ver aqueles que vibram na mesma sintonia.

Assim, mesmo que as equipes socorristas de espíritos mais evoluídos se aproximem, os espíritos sofredores do umbral não conseguem perceber a sua presença. Não podem, desta forma, receber o auxílio que pedem.

Somente quando a dor e o sofrimento rompe as couraças da ingratidão, da avareza e da arrogância, fazendo brotar em seus corações o arrependimento e a humildade, sua visão turva e densa se clarifica e eles podem, então, ser resgatados e transportados para planos espirituais mais elevados.

Entretanto, nem todos os espíritos do umbral se enquadram nessa categoria. Existem também aqueles que têm o coração endurecido no mal, e que, mesmo sabendo da presença dos espíritos de luz, recusam o seu auxílio e a oportunidade de sair do umbral.

Eles se reúnem em grupos e procuram arregimentar outros espíritos para as suas hordas. Dificultam os trabalhos de resgate, impõem com violência a sua vontade sobre os espíritos sofredores, vencendo pelo medo aqueles que se submetem à sua influenciação.

Mas mesmo para estes, chegará o tempo de reflexão, o encontro com alguém querido de existências anteriores. Nesse momento, então, se dispõem a deixar o umbral para trilhar um novo caminho.

Portanto, a estada no umbral nunca é definitiva, pois momento chega em que o espírito é levado a atender o impulso natural, certo e infalível de evolução, sendo somente o tempo uma escolha pessoal.

Quanto tempo o espírito fica no umbral?

Não existe um tempo determinado para a permanência no umbral. O tempo é mais breve quando o espírito reconhece sua situação de desencarnado e aceita a responsabilidade das escolhas que fez em vida, tanto em relação a atitudes tomadas quanto a pensamentos e emoções pelos quais se deixou dominar.

Mas existem também aqueles que não reconhecem que morreram e vagam perplexos sem atinar com as situações com que se deparam. Outros têm fortes convicções de que agiram acertadamente. Consideram-se vítimas do destino, mesmo tendo a lembrança de ter prejudicado, ferido ou mesmo tirado a vida de outros.

Assim, o espírito que desencarna pode ficar apenas algumas horas nessa zona de transição para planos mais elevados ou ficar séculos retido na região sombria.

André Luiz, através de seus vários livros, nos traz preciosos esclarecimentos e ensinamentos para nos conduzir na trajetória da evolução espiritual. E ele que foi uma pessoa culta e esclarecida em vida, conta que ficou durante oito anos no umbral, depois da sua morte.

O umbral é um lugar de castigos e punições?

É uma escolha individual reconhecer e aceitar que a vida no plano físico foi extinta. Além disso, reconhecer também que seu apego às coisas materiais, aos vícios e todo tipo de ações, pensamentos e sentimentos contrários ao bem são os responsáveis pela situação atual.

Mas o desejo sincero de reparar as faltas cometidas não fica sem resposta. Benfeitores chegam para ajudar aqueles que, de fato e com sinceridade, querem uma nova oportunidade de aprendizado.

Podemos, assim, entender que o umbral se mostra de acordo com o nosso pensamento. E quanto mais nos prendemos às coisas materiais e a emoções desajustadas dos parâmetros do bem comum e do amor universal, maior a possibilidade de ficarmos retidos nessa região densa e sombria.

É no umbral que temos a possibilidade de expurgar os resíduos mentais alimentados pelo rancor, pela mágoa, pela inveja e pelo egoísmo, além dos outros fardos morais que nos acompanham em virtude das escolhas que fizemos na Terra.

Quando, por outro lado, nos conectamos com as energias superiores, espíritos trabalhadores das colônias espirituais vêm em nosso socorro. Eles nos auxiliam a sair da região do umbral para adentrarmos nos centros de recuperação e de aprendizado.

O umbral, portanto, não é um lugar de castigos e punições, mas a oportunidade de conscientização das escolhas que fazemos na condução de nossa vida.

Noemi C. Carvalho

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