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Como curar as nossas feridas emocionais em três passos

montagem ilustrativa com uma fotografia rasgada ao meio com cada parte demosntrando uma emoção feridas emocionais

A verdade, o perdão e o amor a si mesmo.

As feridas emocionais que carregamos conosco doem tanto quanto uma ferida na pele. Ou até mais. Nós conseguimos ver as feridas em nosso corpo e podemos tratá-las com os cuidados que forem precisos, dependendo de sua extensão e profundidade.

Mas com as feridas emocionais é bem mais difícil, pois como não podemos vê-las, muitas vezes não conseguimos identificá-las. E mesmo quando as identificamos, ficamos relutantes em tratá-las, porque não querermos sentir a dor que elas vão causar.

As feridas, explica Don Miguel Ruiz¹, sejam físicas ou emocionais, requerem o mesmo tipo de tratamento: certas vezes precisamos abri-las para então poder limpá-las bem, e depois aplicar o medicamento. E isso ainda não é suficiente: as feridas precisam ser mantidas limpas até cicatrizar, para que não causem mais dor.

Mas como abrir feridas emocionais? “Nosso instrumento será a verdade. Dois mil anos atrás, um dos maiores mestres ensinou: ‘Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará’”, responde Don Miguel.

A verdade – primeiro passo.

Esse instrumento, contudo, pode não ser fácil de ser usado. Ele implica em ver as coisas como elas realmente são, tirando o véu de ilusão com que as recobrimos.

Nossos sentimentos ficam feridos quando acreditamos que fomos injustiçados ou maltratados. Mas para iniciar a cura, Don Miguel explica que devemos começar aceitando que aquele fato não é mais uma verdade neste momento. Ele está no passado e, por mais verdadeira que seja a dor que ele deixou, ele não existe agora. O que existe é o sentimento que ele deixou em nós.

“A verdade é relativa, neste mundo. Transforma-se o tempo todo, porque vivemos num mundo de ilusão. O que é verdadeiro agora, daqui a pouco não é mais. Então, pode voltar a ser. Nosso próprio sistema de negação é tão forte e poderoso, que se torna complicado demais.”, afirma Don Miguel.

E ele continua dizendo que nós fomos programados para não acreditar em nós mesmos. Ou, ainda pior, acreditar que não somos bons, nem inteligentes, não merecemos ter felicidade ou amor em nossas vidas.

Não acreditem nas próprias limitações, nem em nada que os faça sofrer. Não acreditem em seus próprios dramas, no juiz ou na vítima que existem em você.”, orienta Don Miguel.

Aprendemos desde crianças a obedecer, a acatar autoridade, porque não tínhamos discernimento nem maturidade para tomar nossas próprias decisões. Mas certamente a vida nos ensinou muitas coisas. Rimos e choramos com nossas escolhas, é verdade, mas elas nos fizeram perceber que assim adquirimos confiança para seguir o caminho que é só nosso.

Também aprendemos que as verdades dos outros podem não ser, necessariamente as nossas verdades. E mais ainda: que temos o direito de modificar as nossas verdades em função do que vivemos, do que sentimos no decorrer de cada situação experienciada.

O perdão – segundo passo.

Durante esse processo para restaurar o bem-estar emocional, algumas feridas podem se abrir. “Quando abrimos as feridas, temos de limpá-las, livrando-as do veneno. E como vamos fazer isso?”, pergunta Don Miguel. Ao que ele mesmo responde: “Perdoando. Foi o mesmo mestre de dois mil anos atrás que nos deu essa resposta. Não há outro instrumento além do perdão para limpar as feridas e eliminar o veneno.

Devemos perdoar aqueles que nos magoaram, mesmo que achemos imperdoável o que nos fizeram. Nós os perdoaremos, não porque eles mereçam ser perdoados, mas porque não queremos sofrer, ferindo a nós próprios, toda vez que nos lembrarmos do mal que nos fizeram.

O perdão é uma cura mental. Perdoamos porque sentimos compaixão por nós mesmos. O perdão é um ato de amor-próprio.”

Esta é uma outra etapa do processo para curar as feridas emocionais. E é possível que tenhamos dificuldades em realizá-la. Mas não vamos cicatrizar a feridas se não conseguirmos limpá-las completamente da mágoa, do ressentimento, da raiva.

Assim como a prática foi fundamental em todas as habilidades que desenvolvemos, com o perdão é a mesma coisa. Talvez atos que deixaram marcas profundas precisem de mais tempo para que consigamos purificá-los.

Pode ser achemos inconcebível perdoar alguém, se analisarmos sua atitude pelo nosso ponto de vista. Mas é nesse momento que devemos novamente recorrer aos ensinamentos de Jesus, que nos exortou a ‘perdoar setenta vezes sete’.

Como perdoar.

Só conseguiremos perdoar definitivamente quando conseguirmos ter a consciência de que todos que cruzam os nossos caminhos são, assim como nós mesmos, seres ainda imperfeitos, buscando sua própria verdade, experimentando os meios para sua evolução.

Todos estão sujeitos a cometer erros, intencionais ou não, assim como nós mesmos podemos resvalar pela estrada das infelizes escolhas nas relações do nosso cotidiano.

Vemos, mais uma vez, a importância do ‘conhece-te a ti mesmo’. Pois através da compreensão do que nos move na vida, de nossas virtudes, nossas potencialidades e do conjunto de aptidões que ainda devemos aprimorar, podemos nos ver no reflexo do outro e compreender suas falhas e limitações.

Nós saberemos se, de fato, conseguimos verdadeiramente perdoar alguém “quando não sentirmos mais nada ao vê-lo, ou quando ouvirmos o seu nome e não tivermos nenhuma reação. Quando tocamos numa ferida e não sentimos dor, descobrimos que realmente perdoamos.

Claro, vai ficar uma cicatriz, como acontece quando nos curamos de um ferimento na pele, e isso será uma lembrança do que aconteceu, de como você era. Mas não doerá mais.”, afiança Don Miguel.

Amar a si mesmo – terceiro passo.

Jesus nos disse para amarmos aos outros como amamos a nós mesmos. Isto significa que é preciso, antes de mais nada, nos aceitarmos como somos para que possamos também aceitar os outros como são.

Para que isso aconteça, precisaremos nos perdoar por todas as dores que deixamos ficar, por todas as feridas que deixamos tanto tempo sem curar. “Quando você se perdoar, sua autoaceitação e seu amor-próprio crescerão. Perdoar a si mesmo é o perdão supremo.”, explica Don Miguel.

Além do mais, diz ele “assuma o poder e perdoe-se por tudo o que fez na vida. E, se acreditar em vidas passadas, perdoe-se pelo que fez também nas outras existências. O conceito de carma só é verdadeiro porque acreditamos que é.

Por causa das crenças que temos sobre sermos bons ou maus, nós nos sentimos envergonhados pelo que acreditamos ser mau. Então, nos consideramos culpados, acreditamos que precisamos ser punidos e nos punimos.

Para nós, é algo real. Criamos nosso carma e temos de pagar por isso. Somos, de fato, muito poderosos.”

Crença e livre-arbítrio.

E por que não usar todo esse poder a nosso favor? Por que continuar sofrendo se Deus nos concedeu inteligência para conhecermos os mecanismos da vida e o livre arbítrio para fazermos nossas escolhas?

Nossa vida é direcionada pelas nossas crenças, ou seja, por aquilo que acreditamos ser verdade. Se acreditarmos, então, que, como filhos de Deus, somos partículas de perfeição, poderemos traçar nosso rumos buscando cada vez mais atingir essa perfeição. E a forma de conseguir isso nos foi dada por Jesus e por todos os mestres espirituais que nos concederam as diretrizes para direcionar nossos passos.

“Assim, você não mais resistirá à vida, não mais se rejeitará, não mais levará consigo uma bagagem de vergonha e culpa, se aceitará como é, e aceitará as outras pessoas como elas são. Você tem o direito de sorrir, de ser feliz, de, sem nenhum medo, dar e receber amor.”, afirma Don Miguel.

O sonho de um mundo melhor.

As feridas emocionais fazem sangrar nossa alma e embaçam nossa visão da vida, mas podemos curá-las e assumir nosso verdadeiro papel na existência.

“Essa cura é alcançada através de três simples passos: a verdade, o perdão e o amor a si mesmo. Se o mundo der esses passos, ficará curado e não será mais um hospital de doenças mentais. Jesus ensinou-nos esse método de cura da mente, mas não foi o único. Esse também foi o ensinamento de Buda e de Krishna. Muitos outros mestres chegaram à mesma conclusão e nos deixaram lições idênticas.

Não haveria mais egoísmo, as pessoas estariam dispostas a dar e a receber, não mais julgariam umas às outras. As fofocas acabariam, e os venenos emocionais simplesmente desapareceriam.

Agora estamos falando do sonho de um planeta completamente diferente, e este mundo não parece mais ser o mesmo. Foi isso que Jesus descreveu como ‘paraíso na Terra’, que Buda chamou de ‘nirvana’, e Moisés, de ‘terra prometida’ ”, diz Don Miguel.

Quando o amor estiver presente em cada pensamento e em cada atitude, substituindo antigos comportamentos arraigados em instintos inferiores, terá lugar o novo mundo onde todos podem viver em paz, com harmonia e felicidade, realizando-se, assim, a transição planetária.

Noemi C. Carvalho

Referência

1 – Don Miguel Ruiz, no livro “O Domínio do Amor”

Don Miguel Ruiz é um autor mexicano, médico-cirurgião e também um nagual, mestre da escola secreta dos toltecas – uma tradição de crenças indígenas do México. A abordagem espiritualista sobre a vida segue os antigos ensinamentos toltecas como caminho para alcançar a elevação espiritual, para uma vida plena de significado.

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